Folha de S. Paulo


'Goosebumps' é aventura como não se faz mais hoje em dia, diz Jack Black

Goosebumps

Quem cresceu nos anos 1990 certamente já se deparou com algum dos personagens assustadoramente cômicos de "Goosebumps" —uma esponja de lavar louças demoníaca e ovos monstruosos vindos de Marte eram capazes de causar risos e os pesadelos mais surreais.

A série juvenil de livros de terror, que já deu origem a uma série de TV, levará uma onda de nostalgia também aos cinemas brasileiros a partir desta quinta-feira (22), em um filme de aventura à moda antiga, à la "Sessão da Tarde" (Globo), que lembra clássicos como "Jumanji".

"Não fazem mais filmes para jovens assim, assustadores, emocionantes e divertidos ao mesmo tempo, hoje em dia. Os filmes assustadores são assustadores demais", diz o astro Jack Black, citando sucessos do tipo dos anos 1980, como "Os Goonies" e "E.T.". Mais conhecido por outro filme com crianças, "Escola de Rock" (2003), o ator está em São Paulo para divulgar o novo longa.

Ele interpreta o próprio R.L. Stine, autor das histórias, retratado numa versão sombria e antissocial, que se abre para o mundo fora de sua mansão ao conhecer os jovens Zach Cooper (Dylan Minnette) e Champ (Ryan Lee).

A imitação não é literal. "Tentei fazer o personagem mais sinistro. É para ser um vilão, ao menos no início. Mas com humor."

Apaixonado por Hannah (Odeya Rush) e tentando salvá-la do pai mal-encarado, Zach –o jovem herói indispensável nas tramas do verdadeiro Stine– acaba libertando todos os monstros trancados pelo autor fictício nos livros de "Goosebumps".

O subúrbio de uma pequena cidade de Delaware (EUA) é invadido por criaturas como o Abominável Homem das Neves, o Lobisomem do Pântano e o boneco Slappy, grande vilão da história.

Em uma época de blockbusters cheios de violência, a fórmula do enredo inocente –as vítimas dos monstros do filme só levam sustos e, no máximo, são congeladas, ninguém morre ou se machuca gravemente– tem dado certo, aos menos nos Estados Unidos. Com uma arrecadação de US$ 23,6 milhões, o filme superou "Perdido em Marte" e foi o mais visto de seu fim de semana de estreia no país.

STINE X J. K. ROWLING

O sucesso de bilheteria já gera especulações sobre uma possível sequência, algo difícil, já que todos os monstros foram usados nesse filme, na opinião de Black.

O ator, no entanto, tem uma ideia: "Podemos fazer uma briga entre R.L. Stine e [a autora da série "Harry Potter"] J. K. Rowling". Por causa da popularidade, "Goosebumps", que vendeu 400 milhões de exemplares em 32 idiomas, é muitas vezes citado como o "Harry Potter da década de 90".

"Nem deveria ter falado isso. É uma ideia muito boa, podem roubar", brinca o astro.

Quem sabe essa pode ser uma oportunidade para que Black finalmente leia os livros da série. Ele mesmo admite que não conhece a maioria das histórias. "Na época [em que elas fizeram sucesso], eu estava na faculdade ouvindo Nirvana."


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