Folha de S. Paulo


Após 12 anos, Instituto lança disco com som de Sabotage

Provável disco mais importante de um não grupo da cena nacional nos últimos anos, o Instituto lança em seu site, na próxima segunda (26), de forma gratuita, o aguardado "Violar", seu segundo álbum, que sai 13 anos depois de seu trabalho de estreia, "Coleção Nacional" (2002), o então disco mais importante de um não grupo brasileiro daquele começo do novo milênio.

Empresa de trilhas sonoras de filmes, séries e publicidade que também é um selo, já virou banda para shows ao vivo e carrega um espírito de "coletivo de ideias musicais", o Instituto é capitaneado pelos produtores e engenheiros de som Rica Amabis e Tejo Damasceno, que articulam música a partir de uma sala-estúdio na Vila Madalena, onde receberam a Folha.

"Violar", o álbum que antes de "subir" à internet no site pode ser experimentado a partir desta segunda (19) na plataforma de streaming Spotify, beneficia a e se beneficia da cena nacional.

Alexandre Onion/Divulgação
Rica Amabis e Tejo Damasceno, do coletivo Instituto, em foto de Alexandre Onion/Divulgacao. ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
Rica Amabis e Tejo Damasceno, do coletivo Instituto

Reúne em 13 faixas dezenas de novos e não tão novos nomes da música brasileira, de Otto e Lenny Gordin a Karol Conká e o quinteto Metá Metá, mais o ilustre baterista nigeriano Tony Allen, um dos pais do afrobeat, e a especialíssima presença vocal do rapper Sabotage, morto há mais de 12 anos, quando "Violar" começou a ser feito.

"Uma das primeiras músicas do disco novo ["Vai Ser Assim"] começou a ser feita em 2003. Quando o Tony Allen veio ao Brasil, em 2004, a gente gravou uma participação dele, junto com o pessoal do Mundo Livre", diz Rica.

"Dois anos depois, pegamos o Lanny Gordin [guitarrista gringo de formação musical brasileira] para as guitarras. O Criolo foi um dos últimos a entrar na música. Gravamos a voz dele em 2013."

A música levou dez anos para considerarmos pronta, segundo Rica, a metade do Instituto, que já foi um trio (com o produtor Ganja Man).

O grande destaque do disco é a ótima "José do Pinho", que Sabotage fez em homenagem a Chico Science, outro saudoso representante da música brasileira. Alto José do Pinho é um bairro do Recife e a faixa tem ainda participações de Otto e Nação Zumbi, representantes da onda manguebeat dos anos 90, além do rapper Sombra, de São Paulo.

"Uma vez o Sabotage foi a Recife receber um prêmio por ter atuado no filme 'O Invasor' e pirou com a cidade. Ele dizia que se sentia especial só de estar na terra do Chico Science. Voltou e escreveu a música", lembra Tejo.

"Violar" deve ganhar versão em vinil até o final do ano.

VIOLAR
ARTISTA Instituto
QUANTO grátis, no site a partir de 26/10


Endereço da página:

Links no texto: