Folha de S. Paulo


Para organização evento foi um sucesso, apesar de escalação fraca

Mesmo tendo organizado a edição com o line-up mais fraco da história do Rock in Rio, a vice-presidente do evento, Roberta Medina, diz que ele foi um sucesso.

Pela primeira vez, todos os headliners (artistas que fazem as principais apresentações do dia) eram repetidos. Medina diz que simplesmente há poucos artistas no mercado internacional que seguram uma platéia de 85 mil pessoas, lotação do evento por dia, e que a resposta do público ao line-up foi positiva.

"A nota média do público no primeiro fim de semana foi 9,4, ou seja, as pessoas estão felizes com os headliners. As bandas que vêm são as que as pessoas querem ver, e é isso que a gente quer. Seria muito bom trazer novidades sempre, mas não tem muito artista que possa fazer um show para esse público tão grande."

Esta também foi a edição com menos bons momentos no palco Sunset, que deixou de lado, em parte, sua vocação como um local de encontros de artistas que costumam surpeender o público.

"Os dias em que tivemos shows individuais foram, em sua maioria, de heavy-metal, que são mais difíceis de juntar, mas nossa prioridade continua sendo fazer do Sunset um palco para encontros. Em outros casos, como o John Legend, entendemos que valia mais a pena para o público vê-lo sozinho no Sunset do que não vê-lo, porque ele não é um artista para o Mundo."

Problemas de line-up ficaram claros na sexta-feira (25), dia heavy-metal que teve Faith No More e Slipknot como principais atrações. A Cidade do Rock virou uma cidade fantasma.

Medina afirma que todos os ingressos de público foram vendidos e atribui a baixa de público aos ingressos promocionais, distribuídos pela organização a patrocinadores e parceiros de mídia.

"Foi um surpresa para a gente. De fato foi um dia atipicamente vazio", diz, e tenta elencar as razões. "Esse foi a último dia a esgotar, então demos mais ingressos promocionais do que nos outros dias. Foi um dia de perfil musical bastante específico, o tempo estava ruim, tudo isso pode afetar a disposição das pessoas que ganharam ingressos promocionais a vir."

A venda e distribuição de ingressos para o Rock in Rio é uma caixa-preta, e a organização pretende mantê-las assim. Medina afirma que não divulgará dados de público por uma questão de sigilo contratual com patrocinadores e parceiros de mídia.

CRISE

Medina diz que a crise econômica afetou, sim, as contas do festival, que tem 40% do seu orçamento em dólar. Com a alta do moeda americana, alguns contratos com fornecedores tiveram que ser renegociados. Mas, segundo ela, o impacto foi minimizado pois a organização se antecipou à crise: a venda de ingressos começou cedo e os patrocínios já haviam sido negociados.

Segundo ela, a área que pode ter sido mais afetada é o consumo do público dentro da Cidade do Rock.


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