Folha de S. Paulo


Com visual comportado, Faith No More mantém som pesado em SP

Quando Mike Patton e seus companheiros do Faith No More entraram no palco, as flores e roupas brancas poderiam dar a impressão de que a banda americana, que explodiu no fim dos anos 1980 e começo dos anos 1990, tinha perdido o vigor.

Mas "Motherfucker", a música de abertura –e do novo disco–, mostrou que, apesar da aparência mais comportada e do gel no cabelo, continuam com som pesado. O público que lotava o Espaço das Américas, na zona oeste de São Paulo, cantou junto logo com os primeiros acordes do show –que durou cerca de 1 hora e 20 minutos.

Mas o karaokê veio mesmo com as músicas antigas. Primeiro em "Epic", quando o show completava meia hora, depois em "Midlife Crisis" –quando a banda parou e o público cantou em uníssono um trecho–, no cover "Easy" (Commodores) e em 'From Out Of Nowhere'.

A apresentação é uma prévia do show que a banda fará nesta sexta (25), às 22h30, no palco Mundo do Rock in Rio, onde voltará 24 anos depois de tocar lá pela primeira vez, em 1991.

'OBRIGADO'

É verdade que Mike Patton já não pula mais como antes, mas ganhou a simpatia com frases em português, como 'Muito obrigado, São Paulo', 'muito legal'.

A primeira saudação aos fãs, só depois da segunda música, já arrancou gritos. E os 'obrigados' se repetiram. Alguns palavrões também.

Também manteve o bom humor ao perguntar se o público queria ouvir algo de Caetano Veloso.

SEM BIS

Mike Patton começou a 'assustar' o público com anúncio de 'última [música] por volta das 23h20. Um 'tchau', minutos depois, foi seguido de protesto do público. Mas o show terminou às 23h45, após mais um cover: "I Started a Joke" (Bee Gees).

Com o palco ainda iluminado, os fãs começaram a sair, ainda com esperança do bis, que não aconteceu.

Formado por Mike Patton (vocal), Bill Gould (baixo), Mike Bordin (bateria), Roddy Bottum (teclado) e Jon Hudson (guitarra), o Faith No More se apresenta pela sexta vez no Brasil.

Desta vez, a banda apresenta o álbum 'Sol Invictus', sétimo trabalho em estúdio e lançado neste ano, depois de um intervalo de 18 anos.


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