Folha de S. Paulo


Com sucessos e simpatia, Rod Stewart encerra terceiro dia do Rock in Rio

Rod Stewart fez o show que um cantor de 70 anos e carreira brilhante tinha de mostrar no Rock in Rio: sucessos, simpatia e o equilíbrio correto entre velharias e coisas mais novas, rock e pop, baladas e guitarras mais aceleradas.

Seu repertório, com 16 músicas, abriu com uma sequência forte, que jogou logo nessa primeira parte os hits "Forever Young" e "Tonight's the Night", está uma canção que nenhum fã com mais de 40 anos consegue ouvir sem um sorriso no rosto.

Com sua figura ainda bem magra e o cabelo espetado como marca registrada, Rod corre de um lado para outro, salta, movimenta o corpo, em boa forma. A voz segue rouca como um Pato Donald depois de algumas doses de uísque. É tão singular que fica difícil dizer se continua intacta ou não. Mas emociona.

Quando esteve no primeiro Rock in Rio, em 1985, Rod era roqueiro até a medula. Nessas três décadas de intervalo entre edições do festival, ficou mais pop e, para surpresa geral, gravou nos últimos anos standards da música antiga americana, canções muito mais reconhecíveis nas vozes de Frank Sinatra, Dean Martin ou Tony Bennett. Inusitado, mas o público amou.

Essas experiências podem ter freado um pouco a fúria de sua persona roqueira, mas é preciso tirar o chapéu para os momentos em que Rod ressuscita interpretações incríveis. Um ótimo exemplo é "The First Cut Is the Deepest", composta por Cat Stevens nos anos 1960, que ainda foi capaz de tocar algumas almas deprimidas na Cidade do Rock.

Preenchendo o miolo do show com coisas mais recentes, Rod deixou o final para outras músicas impressas na memória afetiva de seus fãs, como "You're in my Heart" e "Maggie May". A arrebatadora "Sailing", que marcou de vez a melhor fase de sua carreira, em 1975, foi um canto arrepiante.

Rod continua uma grande estrela. Tão forte que seus shows não é uma sessão nostálgica, é mais uma prova de fé.


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