No caminho da estação provisória do BRT até a entrada do Rock in Rio não há quem deixe de notar a presença de diversos cambistas.
Homens, mulheres, alguns adolescentes, abordam de maneira nada discreta, todos os que fazem o percurso até a cidade do Rock. Gritam que compram e vendem ingressos, sem temer a fiscalização de guardas municipais e da Polícia Militar.
A Folha acompanhou um casal paraense que comprou dois ingressos para o evento com um cambista a cerca de 200 metros do portão de entrada do evento.
Mariana Filgueira, 29, e João Kleber Filgueira, 31, chegaram na manhã deste domingo (20) ao Rio de Janeiro, na esperança de conseguir as entradas.
"Era nosso sonho vir aqui, mas na época que estava vendendo não consegui comprar, agora vou tentar dar um jeitinho", afirmou Mariana.
A dupla comprou os ingressos por R$300, uma das entradas, porém, não era verdadeira. Após se separar da mulher, João voltou ao portão e não encontrou o vendedor. Ele ainda chegou a procurar um guarda que estava próximo ao local, mas foi informado de que não havia o que fazer, pois o ingresso fora comprado de um desconhecido.
Segundo Gustavo Dante, 27, que ajuda na orientação da entrada do público, várias pessoas foram enganadas.
"Nós informamos que não pode comprar com cambistas, mas as pessoas insistem e se arriscam. Algumas ficam no prejuízo."
Para resolver o problema, João Kleber resolveu arriscar e comprar com outro cambista. Desta vez ele conseguiu entrar. Questionado se não iria registrar uma ocorrência, afirmou: "Prefiro deixar para lá e assistir ao show, mesmo ficando no prejuízo."
Procurada pela Folha, a PM afirmou que está realizando o patrulhamento na região para coibir a ação de cambistas.
Até as 18h deste domingo (20), a Polícia Civil registrou 343 ocorrências. Cerca de 330 foram furtos dentro da Cidade do Rock.