Folha de S. Paulo


Tilda Swinton emudece para viver rock star em filme no Festival de Veneza

A chamativa Tilda Swinton emudece e o discreto Ralph Fiennes dança de forma espalhafatosa em "A Bigger Splash", de Luca Guadagnini, um dos filmes que competem pelo Leão de Ouro no Festival de Cinema de Veneza.

Marianne (Swinton) é uma rock star que resolve descansar numa ilha isolada ao sul da Itália. Mas recebe a visita do produtor musical Harry (Fiennes), com quem teve um envolvimento anos antes e que irá bagunçar seu sossego e seu relacionamento com Paul (Matthias Schoenaerts).

Jack English/Divulgação
Ralph Fiennes e Tilda Swinton no filme 'A Bigger Splash
Ralph Fiennes e Tilda Swinton no filme 'A Bigger Splash'

O universo de gente abastada é parecido com aquele já abordado por Guadagnini em seu longa-metragem anterior, "Um Sonho de Amor" (2009), também protagonizado pela atriz inglesa.

Foi de Tilda a ideia de que a personagem não falasse no filme: a desculpa dada na história é que ela pretende preservar a sua própria voz.

"Todos no filme parecem lutar contra o fato de que não conseguem se comunicar muito bem, então esse detalhe parecia interessante", disse a atriz depois da exibição do filme na mostra italiana. "E era desafiador para compor uma personagem cuja carreira é pautada pela voz."

No polo oposto, como o falastrão que irá chacoalhar tudo está Fiennes. Numa das cenas mais comentadas, ele faz uma dancinha extravagante ao som de "Emotional Rescue", dos Rolling Stones.

"Treinei o dia todo ao som do iPad", comentou o ator inglês, 52, que fez a cena debaixo do sol mediterrâneo da ilha de Pantelleria, na Sicília.

BINOCHE

A mesma região aparece de forma oposta -sombria, escurecida, quase claustrofóbica- no drama "L'Attesa", do também italiano Piero Messina, estreante em longas.

O filme traz Juliette Binoche no papel de Anna, mulher solitária que recebe a visita da namorada do filho e é incapaz de dizer à garota que ele está morto.

"É uma pessoa ambivalente: ela sente um desespero, mas que não pode demonstrar", disse a francesa, premiada duas vezes em Veneza pela atuação em "A Liberdade é Azul", em 1993.


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