É inegável que as coreografias são atléticas, difíceis mesmo. Mas, sem um bom roteiro para ligá-las, não formam um filme.
"Magic Mike XXL", continuação de um grande sucesso de bilheteria, poderia ser um péssimo filme, mas não é. Porque não chega a ser um filme. É só péssimo.
Seu antecessor não era grande coisa. Uma história sobre strippers masculinos com humor, drama e evidentes atrativos para fãs de barrigas "tanquinho". Sua continuação deixa de ser um filme sobre esses personagens e esse mundo peculiar.
"MMXXL" (como o filme é divulgado em redes sociais) é só uma sucessão de strip-tease, com menos criatividade do que o original. Sobressaem coreografias de sexo simulado, com os rapazes fogosos se esfregando sem parar em suas fãs mais fogosas ainda.
Por mais que quesitos básicos como roteiro, edição e atuação sejam desprezados, o filme está fadado ao sucesso. O motivo é Channing Tatum, que lidera a corrida pelo posto de gostosão de Hollywood.
Atuando em longas bacanas como "Foxcatcher" ou superproduções como "O Destino de Júpiter", ele dedica atenção especial à franquia "Magic Mike", na qual usa o que aprendeu em seu passado como stripper.
É inegável que as coreografias de Mike são atléticas, difíceis mesmo, e Tatum faz todas com vigor. Mas, sem um bom roteiro para ligá-las, não formam um filme.
Existe um fiapo de história, que é a viagem dos strippers do filme anterior (sem Matthew McConaughey, fora desta continuação) para sua última participação numa convenção da categoria. No caminho, param em vários lugares e o strip-tease rola fácil.
"Magic Mike" tinha elementos para garantir mais atenção, como a presença de McConaughey e a direção de Steve Soderbergh, diretor um tanto supervalorizado, mas capaz de filmes instigantes.
Sem isso, sobrou um audiovisual de homens sarados dançando sem roupa. Para quem prefere meninas, a namorada de Mike é interpretado por Amber Heard, sra. Johnny Depp, hoje o rosto mais luminoso de Hollywood.
L*