Folha de S. Paulo


Programa 'Tomara que Caia', que estreia hoje, é coquetel de gêneros

"Tomara que Caia" é um programa difícil de definir. É um humorístico popular, gravado num teatro, com plateia (seria um "Sai de Baixo"?), em que o público interfere na trama por meio de votação (um "Você Decide?") e há muito improviso (um "Quinta Categoria", da antiga MTV?).

É um coquetel de gêneros tão grande que, a duas semanas da estreia, até os atores envolvidos não sabiam muito bem como definir a nova atração da Globo.

O programa será gravado ao vivo, mas a Folha acompanhou um ensaio nos estúdios da emissora, no Rio, para decifrar a tal dinâmica.

Paulo Belote/Globo
Heloisa Périssé, Nando Cunha, Dani Valente e Marcelo Serrado em
Heloisa Périssé, Nando Cunha, Dani Valente e Marcelo Serrado em "Tomara que Caia"

Priscila Fantin, Heloísa Périssé, Marcelo Serrado, Ricardo Tozzi, Fabiana Karla, Dani Valente, Eri Johnson e Nando Cunha se dividem em dois grupos, que decoram o mesmo roteiro. A cada episódio, portanto, o mesmo personagem é interpretado por dois atores diferentes.

Enquanto um grupo interpreta a história, o outro espera, no palco, e vai propondo desafios –ou "troladas", na linguagem do programa– para aquele que está atuando.

No ensaio em questão, um time propôs ao outro, por exemplo, que continuasse a cena pulando em um pé só. Em outra ocasião, todos os personagens teriam que falar ao mesmo tempo –fora do roteiro, na base do improviso.

Quem está em cena não sabe que tipo de encrenca vem pela frente, diz o diretor Carlo Milani. "É sigilo absoluto."

Enquanto isso, o público pode votar pela internet ou por um aplicativo no celular se quer que o grupo que está atuando continue ou se prefere que o elenco que está de fora entre em cena –e continue a história do ponto que o outro time parou.

Na teoria, parece complicado. Na prática, também. Questionada sobre ter dominado totalmente as regras do jogo, Priscila ri. "Que nada!"

Os atores dizem, porém, não se preocuparem com a complexidade do formato. "O público vai entender rápido. A galera da internet vai tirar de letra", afirma Fabiana. "O espectador não sabe o que vai acontecer, mas nós também não. Isso estabelece uma cumplicidade", completa Eri.

"A televisão caminha cada vez mais para o ao vivo. O público quer se sentir próximo. O 'Jornal Nacional', por exemplo, era todo durinho, e hoje tem os jornalistas andando", diz Tozzi. "No teatro a gente tem algum controle, mas nesse programa, não. A gente está pelado no palco para que as pessoas joguem tomate", brinca o ator.

"Estamos ali para sermos ovacionados. As pessoas vão jogar ovo na gente", acrescenta Heloísa Périssé, rindo.

A jornalista FERNANDA REIS viajou a convite da Globo

NA TV
Tomara que Caia
Estreia do humorístico
QUANDO neste domingo (19), às 23h15, na Globo


Endereço da página: