Folha de S. Paulo


Miá Mello deixa sorriso de lado em 'Meu Passado me Condena 2'

Miá Mello brinca que para dublar a personagem Alegria em "Divertida Mente", não precisou mudar a voz. Era só falar rápido, rindo, alto, como faz no dia a dia. Aos 34 anos, a atriz demonstra muita energia. É do tipo que, em dois minutos de conversa, te chama pelo apelido e fala numa velocidade que atordoa.

Com a personagem ranzinza que interpreta no filme "Meu Passado me Condena 2, compartilha o nome. E só. "A Miá do filme acha que rir o tempo inteiro não está mais legal." O oposto da vida real. "Quem mais me interessa é quem me faz rir. Eu amo."

Zanone Fraissat/Folhapress
Retrato da atriz Miá Mello, em São Paulo.
Retrato da atriz Miá Mello, em São Paulo.

No filme, sequência da produção de 2013, Miá e Fábio Porchat vivem um casal em crise. Ele não tem ambição, ela tem grandes sonhos. Após três anos, o casamento parece fadado a acabar. Fora das telas é outra história. "Nossa sintonia fica cada vez mais visível, né, amor?", diz ela a ele.

Foi Fábio, aliás, quem indicou Miá para a série do Multishow que originou os filmes. "Para uma comédia romântica é bom ter uma mulher bonita, interessante, divertida, bem-humorada, e eu achava a Miá tudo isso", conta ele.

Para ela, atuar não foi um sonho de infância. Formou-se em publicidade aos 21 anos, "ganhava super bem e era feliz da vida". Até que entrou num curso de teatro por hobby. "Na minha cabeça não tinha possibilidade de trabalhar com isso", lembra.

Ao pisar na escola Célia Helena, em São Paulo, viveu "aquele clichê, em que você vê o palco e sente um negócio". Passou a conciliar a vida de atriz com a de publicitária. "Pensei em desistir uma 700 trilhões de vezes. Era uma puta ralação."

Na escola, foi convidada por Paulinho Serra para participar do grupo de humor Deznecessários, no qual aprendeu a escrever seus textos. O pulo para a TV se deu graças a Marcelo Marrom, companheiro do grupo, que a indicou a Marcos Mion para o programa "Legendários", na Record, em 2010. Mion conta que bastou vê-la por dez minutos para contratá-la. "Fiquei encantado. Ela é uma das maiores forças criativas que já presenciei."

Lá, Miá era Teena, repórter que fazia perguntas "sem noção". "Tive uma possibilidade que não sei se alguém mais vai ter. Cada vez mais a TV aberta se preocupa com a audiência e o que traz retorno financeiro", afirma. "O Mion me deu carta branca."

Em 2012, estreou em Meu Passado me Condena e no "Casseta & Planeta", na Globo, cancelado no mesmo ano. Marcelo Madureira, do "Casseta", é só elogios. "A beleza dela vai aparecendo aos poucos. É muito alegre, para cima", opina. "E é minha colega de ginástica! Mas ultimamente tem faltado bastante."

Na Globo, Miá também foi repórter do "The Voice". Diz que foi legal, mas que prefere atuar. Neste ano, outra estreia: dublou a animação "Divertida Mente". "Assisti à pré-estreia mais nervosa do que em 'Meu Passado'. Eu chorava, chorava."

Para o futuro, planeja colocar outra atividade ao currículo. "Estou brincando de escrever um livro de crônicas. Vamos ver o que sai."


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