Folha de S. Paulo


Sony estudou adquirir SBT, apontam documentos vazados pelo Wikileaks

A Sony estudou adquirir várias redes de televisão na América Latina em 2013 como parte de sua estratégia regional, em um momento no qual seus canais de TV paga não estavam correspondendo às expectativas, segundo revelou o vazamento mais recente do Wikileaks.

O portal publicou na quinta-feira mais de 270 mil documentos obtidos em um ataque cibernético contra a Sony em novembro de 2014, entre os quais há referências abundantes às operações da Sony na América Latina.

A companhia encomendou relatórios detalhados para avaliar oportunidades de negócio em países como Brasil, Argentina, Chile, Colômbia e Peru. No Brasil, a lista de possíveis aquisições incluiu o SBT e a TV Sul.

No caso da TV Sul (TVCI), que tem sede no Paraná, a Sony chegou a planejar a compra de 30% da companhia para poder se tornar a primeira emissora a lançar um canal de filmes na TV aberta do Brasil.

A Sony também solicitou ao Citibank uma análise, datada de junho de 2013, sobre as opções de expansão da companhia no mercado televisivo na América Latina.

Segundo o critério dos especialistas desse banco, o Grupo Clarín e a Telefé (Telefônica), na Argentina, representavam boas oportunidades de associação para a Sony em nível local, mas o relatório advertia que "a situação política poderia ser um problema" nesse país.

Em maio de 2013, a filial televisiva da Sony, a Sony Pictures Television (SPT), elaborou um relatório interno em que admitia que seus canais SET, AXN e Spin não estavam bem posicionados junto ao público latino-americano, o que prejudicava suas receitas publicitárias.

Esse relatório aconselhava a empresa a redefinir melhor a imagem desses canais para atingir nichos de audiência mais definidos e, inclusive, vender participações do Spin para algumas das grandes companhias de televisão regionais e incorporar conteúdos com caráter mais local.

"A 'SPT' carece de tamanho e experiência em comparação com 'players' locais como a Globosat e a Televisa", diz o relatório.

Esta é a segunda entrega de vazamentos da Sony pelo portal Wikileaks, que revelou mais de 30 mil documentos e 173 mil e-mails da companhia em abril.


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