Folha de S. Paulo


Sete anos após incêndio, Cultura Artística recebe alvará para obras

Depois de sete anos de planejamento, o Teatro Cultura Artística, no centro de São Paulo, deve começar a sair do papel.

A Sociedade de Cultura Artística informou na segunda-feira (15) ter recebido o alvará, último documento que faltava para dar início à construção do prédio que substituirá o anterior, destruído pelo fogo em 2008.

A previsão, agora, é que o novo prédio, três vezes maior que o antigo e com nova entrada para a praça Roosevelt, fique pronto em 2019. O espaço estará apto para receber espetáculos de teatro, dança, música popular e clássica, incluindo óperas.

O superintendente da Sociedade de Cultura Artística, Frederico Lohmann, explica que a demora conseguir tirar o alvará envolve a desapropriação do prédio vizinho, onde funcionava a boate Kilt.

"A CET não quis analisar o nosso projeto até a desapropriação ocorrer, o que aconteceu só em 2012. De lá para cá, o processo andou mais rápido", diz Lohmann. O espaço onde ficava a Kilt dará lugar a uma rotatória pública.

Desde que o prédio pegou fogo, em 2008, nada mais foi construído no local. As ferragens foram retiradas e o painel de Di Cavalcanti, que fica na fachada, foi restaurado.

Com o alvará em mãos, a Sociedade de Cultura Artística realiza agora uma concorrência para escolher a construtora. Em setembro, a instituição lançará uma campanha para atrair doações de pessoas físicas e jurídicas.

A Cultura Artística conseguiu arrecadar, até agora, R$ 32 milhões em doações de pessoas físicas, jurídicas e verbas próprias. O BNDES arcaria com R$ 4 milhões desses R$ 32 milhões, mas faltam liberar R$ 2,6 milhões do montante prometido.

Essas verbas iniciais já cobririam as despesas da segunda fase da obra, que abrange fundação do novo prédio, estrutura e vedação. "Na terceira fase, vem o 'recheio' do prédio", diz Lohmann, acrescentando que esta é a parte mais onerosa. A primeira fase foi a restauração do painel.

Inicialmente, as obras foram orçadas em R$ 100 milhões, no total. "Esse valor deve mudar em função do câmbio, porque muitos equipamentos são importados, e por causa da inflação no período", diz Lohmann.

No projeto do edifício assinado por Paulo Bruna, haverá duas salas no novo teatro: uma com capacidade para 1.130 espectadores, com fosso para orquestra, e outra para 220 pessoas, que ficará dentro de um cubo de vidro construído no teto do prédio, em meio a um terraço-jardim.


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