Folha de S. Paulo


Fundador do Clube da Esquina, Fernando Brant morre aos 68 anos

O compositor mineiro Fernando Brant morreu nesta sexta-feira (12) em Belo Horizonte, aos 68 anos.

Brant morreu às 20h20. Ele foi vítima de complicações decorrentes de uma cirurgia de transplante de fígado –há três anos, fora diagnosticado com um câncer no órgão.

Acervo Pessoal
Fafá de Belém, o político Teotônio Vilela e Fernando Brant, no estúdio da Som Livre, em 1983
Fafá de Belém, o político Teotônio Vilela e Fernando Brant, no estúdio da Som Livre, em 1983

Nascido em Caldas, no sul de Minas Gerais, em 1946, Brant se formou em direito pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Em 1969, mudou-se para o Rio de Janeiro para trabalhar como jornalista da revista "O Cruzeiro". Depois de deixar a revista, em 1974, trabalhou como redador em agência de publicidade e no final dos anos 1970 passou a viver exclusivamente da música.

O compositor se uniu nos anos 60 a Milton Nascimento, Lô Borges, Márcio Borges, Wagner Tiso Nivaldo Ornelas, Toninho Horta e Paulo Braga para formar o Clube da Esquina, movimento musical que misturava elementos da bossa nova, do jazz e do rock. Com o passar dos anos, Brant se tornou o principal parceiro de Milton Nascimento, com quem compôs mais de 200 canções.

A música "Travesia", primeira parceria de sucesso entre os dois, conquistou o segundo lugar no 2º Festival Internacional da Canção da TV Globo, no Rio de Janeiro, em 1967.

Travesia

Entre suas canções mais conhecidas na voz de Milton também destacam-se "Maria, Maria", "Planeta Blue", "Promessas do Sol" e a letra da versão em português de "Canção da América".

Teve dois discos gravados apenas com composições suas, cantadas por vários artistas: "Amigo É Coisa pra se Guardar " (1987) e "Outubro " (2002).

No cargo de presidente da União Brasileira de Compositores (UBC) desde a década de 1980, Brant atuava na defesa dos compositores e dos direitos autorais.

O músico deixa mulher, três filhos e dois netos.


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