Folha de S. Paulo


Backstreet Boys atraem multidão no Brasil

Marja Gouveia, 30, tinha 16 anos em 2001, quando os Backstreet Boys anunciaram que viriam ao Brasil pela primeira vez para uma turnê com shows em São Paulo e no Rio.

Na capital paulista, a apresentação aconteceria no dia 5 de maio, no Anhembi.

Um mês antes, os fãs da boy band formada por Kevin Richardson, Nick Carter, Howie Dorough, Brian Littrell e AJ McLean começaram a montar barracas de acampamento do lado de fora do complexo.

Em uma das primeiras barracas da fila estava o auxiliar de compras Robson Silvestre, 33, na época com 19. "Não tinha mais cabeça para trabalhar, então me demiti para ficar 24 horas lá", conta ele, que é, desde aquela época, cover de AJ, considerado o "bad boy" da banda por seus problemas com drogas e álcool.

Marja chegou depois: passou só 15 dias no acampamento, revezando com as amigas para ir à escola. Juntos há 14 anos, ela e Robson –cujo filho, Brian, 11, foi batizado em homenagem ao "boy" preferido da mãe– já estão de ingressos comprados para a pista premium de dois dos três shows que os Backstreet Boys farão em São Paulo a partir desta sexta (12).

"Muitas pessoas hoje em dia renegam os Backstreet Boys, mas eles são a essência da nossa vida, da nossa família", diz Silvestre. "Não tem como desligá-los da gente."

Boy bands, bandas pop formadas por meninos bonitinhos criados com o objetivo de arrebanhar grandes contingentes de fãs adolescentes, são comuns da indústria musical.

O 'N'Sync, de Justin Timberlake, desmanchou-se em 2002, após sete anos. O New Kids on The Block, fenômeno nos anos 1980 e 1990, acabou em 1994, após oito anos. Eles voltaram em 2008.

NOVA GERAÇÃO

No entanto, os Backstreet Boys continuam a arrastar multidões de brasileiros para seus shows. Se os membros da banda saíram há tempos da puberdade –Nick, o mais novo, tem 35 anos– alguns de seus fãs ainda beiram a adolescência.

Ernesto Rodrigues - 2.mai.2001/Folhapress
Da esq. para dir., Brian, AJ, Howie, Kevin e Nick no Brasil em 2001
Da esq. para dir., Brian, AJ, Howie, Kevin e Nick no Brasil em 2001

Raíra Rondon, 19, nasceu em 1995, dois anos depois da formação dos Boys. Ela, que começou a escutá-los por influência de uma prima, diz estar ansiosa pelo show no Rio.

"Minhas amigas acham estranho." Ela afirma nunca ter se interessado por boy bands recentes, como o One Direction. "Gosto deles desde pequenininha. Tem vídeo meu dançando música dos Boys com três anos."

"Muita gente pergunta: mas eles ainda existem?", conta a psicóloga Rachel Rocha, 29, fã do grupo desde a sua formação, em 1993. "Dá vontade de bater na pessoa", diz ela.

Os intérpretes dos hits "Everybody (Backstreet's Back)" e "As Long as You Love Me" ainda existem –tiveram apenas um hiato de dois anos entre 2002 e 2004– e voltam ao Brasil, pela primeira vez desde 2001, com sua formação original completa.

Fãs como Rachel atribuem à volta de Kevin Richardson, 43, que havia deixado o grupo em 2006 para investir em uma carreira solo –ele retornou à banda em 2012– o sucesso da atual turnê do grupo, que terá seis shows a mais do que na primeira passagem.

Serão oito apresentações em Recife, Belo Horizonte, Rio, São Paulo e Porto Alegre. Nas três últimas cidades, com ingressos esgotados. A previsão inicial, de apenas uma apresentação tanto na capital paulista quanto na fluminense, logo foi deixada de lado.

A produção abriu mais duas datas em São Paulo e outra no Rio. Foram mais de 40 mil ingressos vendidos nas duas cidades. A turnê "In a World Like This", que começou em 2013, ano em que a banda comemorou 20 anos, já passou pela Ásia, Europa e América do Norte. Após as apresentações brasileiras, a banda segue para o Chile, onde tocará no dia 19 de junho.

BACKSTREET BOYS
QUANDO 8/6 e 11/6, no Rio; 9/6 em Belo Horizonte; 12/6, 13/6 e 14/6, em SP; 15/6 em Porto Alegre
ONDE no Rio: Citibank Hall, av. Ayrton Senna, 3.000, tel. (21) 2156-7300; em Belo Horizonte: Chevrolet Hall, av. Nossa Senhora do Carmo, 230, tel. (31) 4003-5588; em SP: Citibank Hall, av. das Nações Unidas, 17.955, tel. (11) 4003-5588; em Porto Alegre: av. Severo Dullius, 1.995, tel. (51) 3371-1948
QUANTO esgotado no Rio, SP e Porto Alegre; em Belo Horizonte, R$ 85 (na arquibancada, até a conclusão desta edição)


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