Inaugurada há dois anos, a Casa Daros se tornou um dos centros culturais mais importantes do Rio, mas será fechada ao público em dezembro. A decisão seria comunicada nesta tarde a funcionários da instituição e em entrevista coletiva na manhã desta quarta.
Bancada pela coleção Daros de arte latino-americana, com sede em Zurique, a instituição gastou R$ 83 milhões comprando e restaurando um casarão em Botafogo, na zona sul da cidade, onde realizou cerca de 20 exposições, algumas delas referência no cenário nacional, como as retrospectivas do argentino Julio Le Parc e do brasileiro Luiz Zerbini.
Sem dar detalhes, um comunicado divulgado nesta terça pelo museu não diz que a instituição fechará as suas portas, mas confirma, no entanto, que haverá uma última exposição no local dedicada à arte contemporânea de Cuba, com obras de 15 artistas, com estreia prevista para setembro e término em dezembro, quando o espaço será fechado ao público.
Luciana Whitaker/Folhapress | ||
Obra 'Musa Paradisíaca' de José Alejandro Rastrepo em exposição na Casa Daros |
Com cerca de 1.200 obras de 120 artistas latino-americanos em seu acervo, a coleção Daros é uma das mais significativas do mundo para peças dessa região do planeta. Segundo a Folha apurou, Ruth Schmidheiny, que responde pela coleção e financia o museu em Botafogo, está comprometida a manter o espaço em condições adequadas de preservação até que novos parceiros apareçam para ocupar suas salas expositivas.
Essa é a primeira baixa entre as mais recentes instituições culturais abertas no Rio na escalada de reformas urbanas que precedem as Olimpíadas de 2016. Junto do Museu de Arte do Rio, a Casa Daros já havia se tornado um dos marcos dessa nova cena cultural carioca.
Um dos problemas apontados nos bastidores da decisão é a indisposição da família Schmidheiny de continuar mantendo a operação custosa do espaço no Rio, que não recorre a patrocinadores nem a recursos incentivados.