Folha de S. Paulo


Filme na TV: 'O Leopardo' traz recorte preciso da aristocracia italiana

Se um cineasta teve sentido do decorativo foi Luchino Visconti (1906-1976). O decorativo, no seu caso, não se confunde com o supérfluo: é o próprio fundamento do que se vê.

E nenhum de seus filmes desenvolveu melhor a ideia que "O Leopardo" ("Il Gattopardo", 1963, 12 anos, TC Cult, 22h). Não é de se estranhar: Visconti fala da aristocracia, do conde Salina e da decadência de um mundo no momento em que outro, o da Itália unificada, começa a surgir.

Visconti conheceu bem o universo aristocrata. Ele foi de família nobre, que tinha um castelo perto do Scala de Milão, onde costumava receber maestros e solistas.

Ao adaptar o livro de Lampedusa (também de família aristocrática: o conde Salina seria inspirado em seu avô), Visconti traz a muito atual divisa do conde: "Para que as coisas permaneçam iguais é preciso que tudo mude".

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O ator Alain Delon e a atriz Claudia Cardinale em cena de
O ator Alain Delon e a atriz Claudia Cardinale em cena de "O Leopardo"

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