Folha de S. Paulo


'Vingadores' 2 estreia com 141 minutos de ação ininterrupta e muito humor

"Vingadores: Era de Ultron" não é apenas o melhor filme para fãs de super-heróis de quadrinhos feito até hoje. É um filme de ação e aventura impecável, até para quem não abre um gibi há décadas.

Quem é consumidor de HQ terá um prazer a mais na sessão, acompanhando a vingança do autômato Ultron contra seu criador, Tony Stark, e a humanidade. É um vilão surgido nos gibis em 1968.

O filme tem muitas piadas –Thor é o campeão–, algumas só entendidas por fãs, e um ou outro detalhe engraçado que apenas os verdadeiros maníacos vão captar.

Divulgação
Capitão América e Thor em cena do segundo filme dos
Capitão América e Thor em cena do segundo filme dos "Vingadores"

Mas o segundo longa dos Vingadores, novamente dirigido por Joss Whedon, é mais didático que o anterior.

Rapidamente, sem abdicar de cenas de ação ininterrupta, um "quem é quem" da equipe fica desenhado.

O time traz dois fortões, Thor (Chris Hemsworth), o deus nórdico honrado e destemido, e Hulk (Mark Ruffalo), um rastro verde de destruição a cada vez que Bruce Banner surta com alguma coisa.

Uma dupla cerebral tem Capitão América (Chris Evans), herói da Segunda Guerra e líder natural da turma, e Homem de Ferro (Robert Downey Jr.), que o mundo sabe que é o cientista milionário Tony Stark com a armadura que ele mesmo criou.

Resta a dupla fracote, com Gavião Arqueiro (Jeremy Renner), que nunca erra os disparos, e Viúva Negra (Scarlett Johansson), agente secreta.

Ela tem uma função primordial no grupo, que é despertar e adormecer Hulk na mente de Banner.

Quando o verdão está furioso, ele só volta à forma de Banner com uma canção de ninar da Viúva Negra. Sim, é "A Bela e a Fera" dos heróis.

Editoria de Arte/Folhapress

SEM FÔLEGO

O sexteto começa o filme atacando uma base da organização terrorista Hydra, numa sequência de tirar o fôlego. Na verdade, o público terá pouco tempo para respirar.

Na tentativa de criar um programa de computador para proteger o mundo, baseado em inteligência artificial, Stark inventa Ultron. A criatura se volta contra o criador.

Os heróis enfrentarão centenas de robôs criados por Ultron e o próprio supervilão, que acomoda seu cérebro virtual em corpos metálicos.

No meio disso, o ótimo roteiro encontra espaço para que o casal de gêmeos mutantes Pietro e Wanda entre para o grupo (nos gibis ganham os nomes de Mercúrio e Feiticeira Escarlate) e para Ultron criar o Visão, androide que se torna Vingador.

Não vale contar mais. Equilibrado entre ação e humor, "Vingadores: Era de Ultron" crava definitivamente os super-heróis como um gênero cinematográfico.

AS ORIGENS

Os Vingadores foram criados em 1963. O número um da revista saiu em setembro. Mas seus integrantes já tinham aparecido antes nos gibis da Marvel. Criados por Stan Lee e pelo desenhista Jack Kirby, foram lançados com alguns meses de intervalo, nesta ordem: Homem-Formiga, Hulk e Thor, em 1962, Homem de Ferro e Vespa, em 1963.

No número 2 da revista, o Homem-Formiga passaria a ser o Gigante. No número 4, em 1964, o Capitão América entrou para a equipe. Era um herói de gibis dos anos 1940 repaginado por Lee e Kirby.

A ideia para formar um grupo de heróis veio da editora rival da Marvel, a DC Comics, que lançara com sucesso, em 1960, a Liga da Justiça, que reunia Batman, Super-Homem, Mulher Maravilha e Flash, entre outros.

VINGADORES - ERA DE ULTRON
DIREÇÃO: JOSS WHEDON
ELENCO: ROBERT DOWNEY JR., CHRIS EVANS, CHRIS HEMSWORTH, SCARLETT JOHANSSON, MARK RUFFALO
PRODUÇÃO: EUA, 2015, 10 ANOS
QUANDO estreia nesta quinta (23)


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