O 24º Festival de Teatro de Curitiba termina neste domingo (5) com um público inferior ao alcançado em sua edição anterior.
Fundador e diretor do evento, Leandro Knopfholz estima que os números superem 200 mil espectadores, mas fiquem "um pouco aquém" dos 230 mil de 2014 e de outros anos.
Segundo ele, o resultado reflete a programação de espetáculos de menor atração para o grande público, na mostra oficial.
"No ano passado, tínhamos espetáculos com apelo comercial um pouco maior", diz Knopfholz. "A gente não superou 2014, mas não é pouca gente, mais de 200 mil pessoas."
| Lenise Pinheiro/Folhapress | ||
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| Peça "Double Rite" no 24º Festival de Teatro de Curitiba |
A média de comparecimento foi de 75% a 80%, segundo sua estimativa. Os números definitivos saem na próxima terça (7).
Sobre questionamentos à qualidade dos espetáculos da mostra oficial, o diretor afirma que ela "reflete a cena teatral" brasileira.
"Não vejo quem poderia estar aqui e não está, qual espetáculo. O festival traz esse apanhado do ano, e tem ano com que as pessoas vão se identificar menos. A gente cumpriu o papel de mostrar um retrato do momento."
PATROCÍNIO
A edição de 2015 enfrentou redução de patrocínio, de R$ 8 milhões para R$ 6,5 milhões, creditada ao momento econômico do país. A imprensa local publicou que o festival esteve sob risco de não acontecer.
A Folha apurou que um dos principais patrocinadores chegou a informar, quatro meses antes do início, que não participaria do evento neste ano, voltando atrás depois.
Para 2016, quando o evento comemora seu jubileu de prata, como destacou o diretor, não há possibilidade de ele ser suspenso.
Três patrocinadores, Tradener, Ueg e Copel, "já assinaram renovação, o que permite afirmar que o festival acontece", faltando definir com que tamanho e formato.
Outros, inclusive o banco Itaú, que agora também financia —no mesmo período do ano— a Mostra Internacional de Teatro de São Paulo, as negociações recomeçam no final deste mês.
"O objetivo é renovar com todos. Não renovando, vamos para o mercado buscar substitutos", diz Knopfholz. "O pessoal do Itaú estava aqui, e a gente ouviu deles que ficaram satisfeitos com o resultado."
Sobre o MITsp, o diretor diz não ver concorrência, dizendo que a proximidade até potencializa a atenção dada ao teatro.
"É uma proposta diferente: o MIT olha para fora do Brasil, a gente olha para dentro", diz. "E a gente faz um festival para o público, desde a primeira edição. A gente quer levar gente para o teatro."
O jornalista NELSON DE SÁ e a fotógrafa LENISE PINHEIRO viajaram a convite do festival.