Folha de S. Paulo


Editora Objetiva passa a fazer parte da Companhia das Letras

Um ano depois de ser adquirida pela Penguin Random House, a editora Objetiva passa a fazer parte da Companhia das Letras, que desde 2011 integra o maior grupo editorial do mundo.

A integração das duas editoras brasileiras já vinha ocorrendo desde 2014, mas o anúncio do formato final foi feito nesta quarta (1) pelo recém-criado Grupo Companhia das Letras.

A empresa Editora Schwarcz, que já detinha 55% da Companhia das Letras, passa a controlar também 55% da Objetiva. Os outros 45% do novo grupo serão geridos pela Penguin Random House.

O grupo editorial surge entre os maiores de livros de ficção e não ficção de interesse geral do país, com 19 selos e cerca de 5.000 títulos ativos no catálogo –em primeiro lugar, ainda está o Grupo Record, que adquiriu diversas editoras nas últimas décadas, somando hoje 16 selos e catálogo com mais de 6.000 títulos.

FUSÕES E AQUISIÇÕES

O Grupo Companhia das Letras resulta de uma série de aquisições e fusões nos últimos anos.

Em 2005, o editor Roberto Feith, diretor geral da Objetiva desde 1991, vendeu 76% da editora para o grupo espanhol Santillana, permanecendo no comando dos outros 24%. Seis anos depois, em 2011, a Companhia das Letras vendeu 45% de suas ações para a Penguin.

Nos anos que se seguiram, em negociações internacionais, a Random House passou a se mover para comprar os selos de interesse geral da Santillana, ao mesmo tempo em que trabalhava na fusão com a Penguin.

Em 2012, surgiu o grupo Penguin Random House, maior grupo editorial do mundo, que em 2014 fechou a compra dos selos da Santillana –incluindo, no Brasil, a Objetiva e seus selos Alfaguara, Suma de Letras e Fontanar.

Luiz Schwarcz, fundador da Companhia das Letras, conta que desde o anúncio da aquisição da Objetiva pela Penguin Random House já estava definida a integração anunciada nesta quarta, mas que a integração precisava ser feita por etapas.

"A aquisição de parte da Santillana pela Random House era uma conversa antiga, que acabou se realizando depois da junção da Penguin com a Random House. Ao mesmo tempo em que a Penguin assumia parte das ações da Companhia das Letras no Brasil, a Random House se encaminhava para comprar a Objetiva. Mas, por contrato, a Penguin não poderia comprar outra editora da mesma área no país sem nossa anuência, o que nos levou a esse acordo", explica.

DIREÇÃO

Na semana passada, Roberto Feith, que comandava a Objetiva desde 1991, deixou a direção da empresa, passando a atuar como consultor e editor especial. Mas a integração já vinha se desenrolando desde 2014, com a fusão das equipes de vendas.

De acordo com Schwarcz, presidente do grupo, não estão previstas alterações nos selos nem nas sedes –a Objetiva continuará a operar no Rio, e a Companhia em São Paulo. O grupo terá em sua diretoria Sergio Windholz, Lilia Moritz Schwarcz, Elisa Braga e Matinas Suzuki Jr.

Na área editorial, Marcelo Ferroni, há nove anos na Objetiva, passa a ser publisher do selo Alfaguara e dos livros de autores estrangeiros do selo Objetiva. Otávio Marques da Costa, publisher da Companhia, assume também os livros nacionais do selo Objetiva.

Júlia Moritz Schwarcz, publisher da Companhia das Letrinhas, Boa Companhia, Claro Enigma e Seguinte, agregará o Alfaguara Infantil. E os selos Fontanar e Suma de Letras passam ao comando de Bruno Porto, publisher da Paralela e da Portfolio-Penguin.

Com a integração, o Grupo Companhia das Letras passa a ter no catálogo nomes como João Ubaldo Ribeiro, Jorge Amado, Erico Verissimo, Luis Fernando Verissimo, Lygia Fagundes Telles, Milton Hatoum, Carlos Drummond de Andrade, João Cabral de Melo Neto, Mario Quintana, Paulo Leminski, Amós Oz, Haruki Murakami, Ian McEwan, Mario Vargas Llosa, Orhan Pamuk e Stephen King, entre outros.


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