Folha de S. Paulo


Para estrela do Kiss, 'ter amigos na banda não é algo necessário'

No próximo dia 26 de abril, o Kiss fecha em São Paulo a segunda das duas noites do festival Monsters of Rock, em sua sexta visita ao Brasil.

Há muita diferença entre fazer um show individual e se apresentar em um grande festival, com muitos fãs de outras bandas no público? Paul Stanley, cantor e guitarrista do Kiss, diz à Folha que não.

"Não há diferença, porque os outros desaparecem diante do Kiss. O Kiss é o maior espetáculo da Terra. Quando o Kiss sobe ao palco, a plateia esquece tudo que acabou de ver."

Stanley, 63, e o cantor e baixista Gene Simmons, 65, são os únicos remanescentes da formação original do Kiss, na estrada desde 1973.

A banda segue sua fórmula de sucesso: rostos pintados (exceto de 1983 a 1997), roupas espalhafatosas, botas com saltos de mais de 20 cm, rock pesado e palcos com explosão de fogos por todos os cantos.

Para Stanley, manter uma banda unida por 42 anos não tem nada a ver com amizade. "Ter amigos na banda é até legal, mas é como um bônus, não é algo necessário. O Kiss está junto por compromisso profissional", diz Stanley, numa declaração que alimenta os rumores sobre divergências entre ele e Simmons.

No mês passado, o Kiss fez turnê no Japão. Apresentou a cada noite de 18 a 20 músicas, sempre abrindo com "Detroit Rock City" e fechando o bis com "Rock and Roll All Nite". No repertório, a predominância de canções dos anos 1970, como essas duas.

"O público quer ouvir as antigas. E nós fazemos shows para deixar todos totalmente satisfeitos. Acho natural, é o que os outros também fazem hoje. Paul McCartney, os Stones..."

Ele diz que o público paulistano pode esperar o mesmo cardápio setentista.

Stanley avisa que o palco será o que a banda usa na turnê mundial, com os mesmos efeitos visuais: ele vai "voar" sobre o público e Simmons vai soltar fogo e sangue pela boca. "Nunca fazemos nada menos do que o nosso melhor."

TRIBO DE FÃS

Tocar em uma banda que se tornou referência obrigatória para adolescentes é motivo de orgulho para Stanley. "Nenhum outro show tem tantas gerações juntas na plateia. Nosso público é uma tribo. Numa tribo você tem crianças, jovens, adultos, velhos."

Ele acha natural que os meninos aumentem cada vez mais sua plateia. "Esperava que isso acontecesse. Nossa música é atemporal e muito boa. Claro que eles vão gostar."

Ele diz que não tem tempo de ver as outras bandas nos festivais. "Chegamos bem antes, levamos muito tempo para fazer nossa maquiagem e vestir essas roupas. É uma preparação longa. Somos guerreiros indo para a arena, atores de uma grande ópera."

E ele acrescenta não ter vontade de ver os outros. "Basta o Kiss", afirma Stanley, que revela ser apreciador de classic rock e jazz. "Coisa velha", resume.

Com 63 anos, a exigência física de um show do Kiss torna inevitável perguntar sobre o preparo físico para uma turnê. Stanley conta que malha cinco vezes por semana, em ritmo forte –"Pego tão pesado que as pessoas não acreditam quando conto a elas".

Mas ele não gosta de praticar esportes. "Passo um bom tempo na academia me exercitando sem reclamar, numa boa. Faz parte da minha vida, do meu trabalho. Mas não pratico esportes, só vejo pela TV".

Stanley gostava muito de basquete quando criança, mas atualmente não gosta de esportes que têm temporadas determinadas numa época do ano.

"Às vezes quero ver basquete e não posso, a temporada ainda não começou. Por isso, gosto cada vez mais de ver lutas de MMA [Mixed Martial Arts, o "vale-tudo" oficial] ou de boxe. É só ligar a TV e tem alguém socando a cara do outro."

KISS
QUANDO dia 26/4, às 20h
ONDE Festival Monsters of Rock, Arena Anhembi
QUANTO R$ 400 (R$ 700 para os dois dias de festival), no site ingressorapido.com.br
CLASSIFICAÇÃO 16 anos


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