Não faltaram vestidos corretos no tapete vermelho do Oscar no domingo (22). Aliás, há muito tempo não se vê um vestido realmente feio na passarela do Dolby Theatre. Mas também nenhum verdadeiramente deslumbrante.
Essa mesmice, traduzida num sem fim de looks brancos para um Réveillon fora de época como aconteceu no prêmio Globo de Ouro, em janeiro, é reflexo do medo das atrizes de errar.
A internet está tão cheia de "haters", aquelas pessoas que criticam tudo e a todos, que até Cate Blanchett, que sempre figura no topo da cadeia alimentar fashion de Hollywood, deu um passo para trás e escolheu um pretinho básico da Maison Margiela desenhado por John Galliano.
As ousadas, curiosamente, são aquelas bombardeadas por comentários maldosos. Marion Cotillard, que vestiu um longo branco da Dior com um detalhe preto abaixo das nádegas, foi chamada de batata nas redes sociais.
Um fato interessante e bem-vindo nesse baile de debutantes que se tornou o Oscar é que algumas grandes estrelas investiram sem medo em texturas. Julianne Moore, por exemplo, apareceu de longo Chanel adornado com aplicações feitas a mão e arrematado com flores pretas em linhas horizontais.
Já Lupita Nyong'o, também de branco, usou um espetacular trabalho de bordados em pérolas feito pelo mineiro Francisco Costa, da Calvin Klein. Além do branco, a cor mais usada foi o vermelho.
O Saint Laurent usado por Dakota Johnson e o Givenchy de Rosamund Pike mostravam a boa forma da atrizes e cumpriam sua função de se destacar levemente, sem se diferenciar tanto da multidão, prática comum nas últimas semanas de moda.
Num Oscar quase sem graça nenhuma, repleto de looks de vitrine sem sal como o usado por Zoe Saldana, a cantora Lady Gaga foi a que mais chamou atenção.
Seu look Azzedine Alaïa, vermelho e branco como mandava o figurino, mas construído em formato de bolo e com luvas extravagantes, despertava tanto repulsa quanto admiração.
A escolha se era feio ou bonito, ela bem sabe, fica a cargo de quem olha.