O cantor Roberto Carlos, 73 anos, afirmou que apoiou a decisão de sua assessoria de imprensa de proibir a participação do jornalista Paulo César de Araújo, autor da biografia "Roberto Carlos em Detalhes", da entrevista coletiva que dá todo ano a bordo de um cruzeiro.
A declaração foi dada durante essa mesma entrevista, realizada nesta quinta(5) no Rio, à qual Araújo teve acesso negado na semana passada. O biógrafo estava credenciado para participar do evento pela Folha.
A tradicional entrevista acontece desde 2005 em uma das paradas do cruzeiro em que apresenta o show "Emoções em Alto Mar".
| Ricardo Borges/Folhapress | ||
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| O cantor Roberto Carlos em tradicional entrevista coletiva, no Rio |
"Não partiu de mim [a decisão de vetá-lo], foi um cuidado especial da minha assessoria. Mas não posso negar que concordei totalmente com isso. Ele é considerado persona non grata em certos lugares onde estou. Este navio é a minha casa. Recebo principalmente as pessoas que não me causam nenhum tipo de constrangimento", disse.
Por considerar que o livro invadia sua privacidade, o cantor moveu processo contra Araújo por causa da biografia "Roberto Carlos em Detalhes", de 2006. O título foi retirado de circulação após acordo entre a editora Planeta e os advogados de RC.
Roberto também falou sobre autobiografia em dois volumes que prepara. "Ninguém pode escrever a minha vida melhor do que eu."
O cantor abordou a polêmica que envolveu sua aparição na versão exibida em janeiro na TV Globo do filme "Tim Maia", dirigido por Mauro Lima. Em determinada cena, um funcionário de Roberto amassa notas de dinheiro e as joga no chão quando Tim o procura pedindo ajuda. Na versão exibida pela Globo, essa passagem foi cortada.
Segundo Roberto, "aquela cena nunca aconteceu". "É falta de ética de quem colocou isso no filme sem pesquisar", reclamou.
Além da imprensa, fãs que estavam no navio para assistir ao show do cantor participaram da entrevista, vaiando perguntas delicadas e aplaudindo principalmente as que davam a Roberto a oportunidade de falar sobre mulheres.
Sobre os diversos testes de paternidade ao qual já se submeteu, comentou: "Quando me pedem eu já estico o braço para fazer o exame e ver no que dá", disse, aos risos.
Católico fervoroso, Roberto Carlos disse ser a favor do casamento gay e que não descarta a ideia de compor uma canção em homenagem à comunidade LGBT.
Declarou que "Inimitável" (1968) e "Roberto Carlos" (1971) são seus discos favoritos. Sobre planos futuros, RC anunciou que fará um show na Itália e que planeja um álbum de inéditas, que deve ter parcerias com Erasmo Carlos.