A Academia Europeia de Cinema se rendeu na noite deste sábado (13) à beleza de "Ida", um filme demolidor em branco e preto sobre a história recente da Polônia, eleito o melhor filme europeu de 2014 no European Film Awards, cerimônia realizada em Riga.
Seu diretor e roteirista, Pawel Pawlikowski, que também venceu nessas duas outras categorias, bateu filmes como "Força Maior", de Ruben Óstlund, "Leviatã", de Andrei Zvyagintsev, "Winter Sleep", de Nuri Bilge Ceylan e "Ninfomaníaca", de Lars von Trier.
Além de Pawlikowski, Rebbeca Lenkiewicz ganhou o prêmio de melhor roteirista por "Ida", um filme escrito a quatro mãos. A produção também venceu na categoria fotografia, premiando Lukas Zal e Ryszard Lenczewski.
"Foi uma noite fantástica, não só para mim, mas para a Polônia", disse Pawlikowski, vencedor absoluto da noite, com cinco prêmios. "Foi um ano tão estupendo que ganhamos até da Alemanha no futebol", brincou.
Entre outros vencedores da noite, a francesa Marion Cotillard venceu como melhor atriz por "Dois Dias, Uma Noite", dos irmãos Jean e Luc Dardenne, e Pierfrancesco Dilliberto venceu com "La Mafia Uccide Solo d'Estate", na categoria melhor comédia.
"The Tribe", do ucraniano Myroslav Slaeopshpytski, venceu o prêmio Fipresci, entregue a jovens cineastas. Na categoria melhor curta, venceu a alemã Una Gunjak, com "The Chicken". O melhor documentário foi "Master of the Universe", do alemão Marc Bauder.
Mas o momento mais emocionante da noite foi quando a cineasta Agnès Varda, criadora e musa da nouvelle vague, recebeu, entre aplausos de convidados de pé, um prêmio pelo conjunto de sua obra. "É demais tudo isso, podem se sentar", dizia, sem falsa modéstia, a veterana. "Tive muita sorte. O cinema significa tudo para mim. Meu amor pelo cinema, por sua forma de transcender, e os desafios que me propus foram as coisas que me guiaram na vida."
O diretor britânico Steve McQueen recebeu um prêmio de honra por sua contribuição à difusão do European Film Awards no mundo das mãos do presidente da entidade, o cineasta alemão Wim Wenders, que elogiou McQueen.