Folha de S. Paulo


Espólio de Joan Fontaine cancela leilão de Oscar por ameaça de processo

O espólio da atriz Joan Fontaine, que morreu ano passado aos 96, retirou o Oscar ganho pela atriz de um leilão bastante aguardado. O motivo é a ameaça por parte da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood de entrar com um processo contra a venda

A casa de leilões Christie's disse anteriormente esperar que a estatueta obtivesse entre US$ 200 mil e US$ 300 mil (R$ 531 mil e R$ 796 mil), que seriam doados ao grupo de proteção animal SPCA (sociedade de prevenção de crueldade contra animais, na sigla em inglês) —obedecendo assim ao desejo da atriz.

Estatuetas do Oscar raramente vão a leilão porque, desde 1950, a Academia exige que seus ganhadores, seus herdeiros ou espólios não vendam o prêmio sem primeiro oferecê-lo à própria Academia pelo valor de US$ 1 (hoje R$ 2,66).

Divulgação
A atriz Joan Fontaine em cena de “'Alma sem Pudor'” (1950), de Nicholas Ray
A atriz Joan Fontaine em cena de “'Alma sem Pudor'” (1950), de Nicholas Ray

Fontaine foi premiada em 1941 como melhor atriz por seu papel no suspense "Suspeita", de Alfred Hitchcock, ao lado de Cary Grant. Nenhuma outra atriz ou ator recebeu um Oscar por um filme de Hitchcock, e na época ela foi a mulher mais jovem a receber o prêmio de melhor atriz.

"A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas não se comoveu com os pedidos de todos os envolvidos, e anunciou que irá entrar com uma ação legal se a venda for adiante", informaram os representantes do espólio em um comunicado, enfatizando que o Oscar de Fontaine foi concedido bem antes do agora obrigatório acordo a respeito de qualquer venda.

"A Academia, seus membros e os muitos artistas e artesãos que ganharam os prêmios acreditam firmemente que os Oscar devem ser conquistados, não adquiridos", afirmou a entidade em um comunicado.


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