Folha de S. Paulo


Christoph Waltz é vilão em sua primeira comédia; veja trailer

Desde que estourou em "Bastardos Inglórios" (2009), de Quentin Tarantino, pelo qual ganhou o Oscar de ator coadjuvante, Christoph Waltz virou sinônimo de seriedade em Hollywood.

Mas o austríaco de 58 anos, que passou boa parte da vida profissional no teatro, está pronto para aceitar papéis menos complexos, como o do empresário Bert Hanson, o vilão de "Quero Matar Meu Chefe 2", que estreia nesta quinta no Brasil.

Nesta sequência do filme de 2011, os três amigos trapalhões (Jason Bateman, Jason Sudeikis e Charlie Day) voltam a planejar planos maquiavélicos contra seus superiores -mas Kevin Spacey, Jennifer Aniston e Colin Farrell dão lugar a Waltz.

Dessa vez, os amigos criam um chuveiro e Hanson entra como investidor, fazendo um empréstimo ao grupo. Mas as coisas não saem como planejadas e eles decidem sequestrar o filho do ricaço, Rex (Chris Pine), e pedir um resgate milionário.

FÁCIL

Diferente dos personagens que renderam Oscar a Waltz, tanto em "Bastardos" como em "Django Livre" (2012), Bert Hanson é o tipo de personagem que o ator faria até com as mãos atadas.

"Só aceitei fazer esse filme porque gostei do personagem. Sempre que conheço um investidor, fico incomodado. Eles funcionam de um jeito diferente. Só se importam com dinheiro", diz à Folha durante uma pausa nas filmagens em um campo de golfe de luxo, em Palos Verdes, no litoral do Estado da Califórnia.

Waltz admite que a escolha foi arriscada. "As pessoas me perguntam porque quis fazer esse filme, mas há todas essas coisas sendo oferecidas de bandeja pra mim no momento. Eu seria um idiota se não aceitasse", diz.

O estereótipo de milionário cruel pelo menos rende bons momentos no longa. Como uma das frases mais marcantes do personagem, no momento em que tenta explicar o "sonho americano" para o trio de protagonistas: "Trabalho duro não gera riqueza. Riqueza gera riqueza".

O ator já teve oportunidade de trabalhar com diretores famosos e conceituados como Roman Polanski ("Deus da Carnificina"), Terry Gilliam ("O Teorema Zero") e Tim Burton ("Grandes Olhos"), mas não se importou de receber ordens do menos cotado Sean Anders -o mesmo do fracasso "Este é o Meu Garoto" (2012).

"Já tive chefes péssimos no teatro e no cinema", confirma ele. "Infelizmente, nessa área há muitos egos inflados. Já teve diretor querendo me ensinar a atuar sendo que eu tenho anos de carreira. Sou bem educado, mas só até certo ponto", diz.

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