Folha de S. Paulo


Grifes consolidadas impõem seu legado criativo nos desfiles da SPFW

Numa passarela dominada pelo "jeanswear" e pela reprodução de rescaldos de tendências como a desta edição de inverno 2015 da São Paulo Fashion Week, é um alento que grifes como as dos estilistas Fernanda Yamamoto, Gloria Coelho, Juliana Jabour e Oskar Metsavaht defendam seu legado criativo na moda.

Esses designers, cada um à sua maneira, são vitoriosos por recriar a cada temporada a estética que lhes tornou reconhecidos em 20 anos de calendário de moda, a serem completados na próxima temporada, em abril de 2015.

Gloria, que abriu os trabalhos no Parque Villa-Lobos, onde ocorrem os desfiles, tem o poder da construção de roupas nas mãos e fez de uma coleção quase toda na cor preta um emaranhado de looks com diversas apostas.

Em sua coleção há de casacos cropped e shorts de cintura alta combinados com calças flare a vestidos com aviamentos e brilhos amarrados como costuras.

A imagem futurista comum à trajetória da estilista chegou ao auge no último look, um vestido de noiva construído como um quebra cabeça de circunferências que envolvem o corpo com movimento.

O trabalho manual foi, em quase todos os desfiles desta quinta-feira (6), ponto importante das coleções.

Fernanda Yamamoto produziu em tricôs, nervuras e estampas produzidas em parceria com artistas, como a designer Renata Meirelles, "a coleção mais forte de sua carreira", segundo disse.

O momento de rever a trajetória e cruzar etapas também permeou o desfile de Juliana Jabour, que comemorou dez anos de carreira com um desfile totalmente focado em recortes a laser que, quando aplicados em seus moletons vazados —característicos da história de Jabour—, ganham relevos tridimensionais.

UZBEQUISTÃO

Texturas também são o forte da GIG, marca mineira da estilista Gina Guerra, que estreou nesta quinta-feira (6) na São Paulo Fashion Week com uma coleção inspirada no Uzbequistão.

Do país, a grife tirou os tons terrosos, crus, e as referências das estampas aplicadas nos vestidos feitos em máquina eletrônica e arrematados com pequenos detalhes manuais em bordado.

A Osklen, do estilista Oskar Metsavaht, também cruza mais uma vez a passarela paulistana após duas temporadas longe dos holofotes. O hiato de um ano, ao que parece, fez bem à marca.

Uma série de casacos feitos com novelos de seda natural e com aspecto "handmade" se misturaram aos vestidos longos de organza com aplicações de brilho que simulam os pontos de luz das grandes cidades.

Metsavaht, um dos estilistas mais autorais da semana de moda, recriou as peças básicas do guarda-roupa de viagem, produzindo looks estruturados de uma matéria prima que pouco usa em suas coleções: o jeans. Dublado, o denim foi aplicada em blusas e tops usados em sobreposições.


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