Folha de S. Paulo


Na SPFW, Marta defende captação de recursos federais para a moda

Em coletiva na São Paulo Fashion Week, nesta quinta-feira (6), a ministra da Cultura, Marta Suplicy, comentou sua saída da pasta e, indiretamente, alfinetou o ex-ministro da Cultura cotado para substituí-la a partir de janeiro, o atual secretário da cultura da cidade de São Paulo, Juca Ferreira.

"Coloquei em prática projetos que estavam parados desde a gestão do [ex-ministro de Lula, Gilberto] Gil", diz Marta ao defender sua gestão. O músico baiano foi ministro no primeiro mandato de Lula e antecessor de Ferreira na pasta. "Tinha apenas 0,11% do orçamento federal. Trabalhei com um orçamento ínfimo", afirma Marta.

Ela afirma não haver atritos nem ressentimentos com a presidente Dilma Rousseff, mas diz que foi "o apoio do congresso que facilitou o andamento dos projetos".

Alan Marques/Folhapress
A ministra Marta Suplicy discursa em sessão do Congresso, quando foi promulgada a PEC da Música
A ministra Marta Suplicy discursa em sessão do Congresso, quando foi promulgada a PEC da Música

Agora, diz que irá trabalhar em prol de São Paulo. "Vou trabalhar para o meu Estado e para a minha cidade. São Paulo pode contar comigo", disse.

Questionada sobre a possibilidade de concorrer às eleições ao governo do Estado em 2018, a ministra desconversou. "Quem sabe? Saio do ministério para fazer política".

POLÊMICAS

Marta causou polêmica no mundo da moda ao aprovar, em 2013, projetos de captação de recursos via Lei Rouanet para desfiles. "A primeira política que eu acredito que rompeu barreiras foi nós termos introduzido no ano passado a possibilidade da moda entrar na Lei Rouanet", disse.

Em 2013, o estilista Pedro Lourenço cancelou um desfile em Paris depois que a Folha revelou que ele havia obtido autorização para captar R$2,8 milhões de recursos públicos pela Rouanet após intervenção de Marta junto ao Cnic (Comissão Nacional de Incentivo à Cultura).

A ministra, no entanto, criticou a polêmica e afirmou que a lei foi o grande avanço da gestão Dilma para a indústria da moda.

"Acho que, depois de um ano, [a inclusão da moda] já está assimilada, entenderam que a moda, como cultura, merece estar dentro da lei", disse.


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