Folha de S. Paulo


'Dancing Arabs' retrata impacto da política do Oriente Médio no cotidiano

Equivoca-se quem sugere que seus filmes sejam políticos, diz o diretor israelense Eran Riklis, que traz "Dancing Arabs" (2014) à Mostra. Ele havia causado boa impressão no país, anos antes, com "Lemon Tree" (2008).

"Dancing Arabs" narra a história de um jovem palestino estudando em Israel, bombardeado pelo preconceito social, enquanto "Lemon Tree" discutia a separação entre uma mulher e suas árvores de limão em área disputada entre territórios.

"Olho para esses assuntos a partir do papel do indivíduo e de como é afetado pela política", diz Riklis. "Dancing Arabs" é, assim, "sobre como não é possível viver em um país que ocupa outro território", afirma o diretor —que se refere à tomada israelense da Cisjordânia, em 1967, e à manutenção da situação.

Divulgação
Cena do filme 'Dancing Arabs
Cena do filme 'Dancing Arabs'

A educação de seu olhar, afirma, tem um quê de brasileiro. Riklis viveu no Brasil entre 68 e 71. "Foram anos importantes, durante a ditadura, e abriram os meus olhos."

Mas, apesar de não tratar da política em si, "Dancing Arabs" reflete com eficiência a situação de Israel e dos territórios palestinos. A mensagem não é das mais positivas. Os pais da namorada israelense do protagonista palestino desencorajam a relação.

"Os israelenses têm de se abrir para as outras culturas", diz Riklis. "Palestinos são parte da nossa vida."

DANCING ARABS
DIREÇÃO Eran Riklis
PRODUÇÃO Israel, 2014
MOSTRA 23/10, no Reserva Cultural, às 22h15; 24/10, no Cinemark Metrô Santa Cruz, às 21h; 25/10, no Cine Belas Artes, às 19h50


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