Folha de S. Paulo


Não ficção para jovens é um dos destaques da Feira de Frankfurt

Uma tendência notada na Feira do Livro de Frankfurt, maior evento editorial do mundo, que acabou no domingo (12), foi o aumento no número de obras de não ficção para jovens –público que já abocanha enorme fatia do mercado com livros de ficção.

Muitas dessas obras são adaptações de livros adultos –biografias, autoajuda, história– para os leitores jovens.

Nos EUA, alguns exemplos são a versão juvenil de "Invencível", de Laura Hillenbrand, e de "O Poder dos Quietos", de Susan Cain.

No Brasil, um sinal do interesse dos jovens adultos na não ficção foi a volta de "O Diário de Anne Frank" às listas de livros mais vendidos —tudo porque no romance "A Culpa É das Estrelas", de John Green, os personagens vão ao museu Casa de Anne Frank.

"Quem compra o Diário' é o mesmo jovem que lê ficção. É um público voraz", afirma Bruno Zolotar, diretor de marketing da Record.

Na feira, a Record adquiriu o infantil "Malala, a Brave Girl from Pakistan/Iqbal, a Brave Boy from Pakistan", de Jeanette Winter. A Companhia das Letras tem a versão juvenil de "Eu Sou Malala", da Nobel Malala Yousafzai.

Para o público adulto, houve disputa maior por literatura de qualidade, na avaliação de Otávio Marques da Costa, publisher da Companhia. Provam isso as negociações concorridas de "The Girls", de Emma Cline, e "Fates and Furies", de Lauren Groff. Ambos ficaram com a Intrínseca.

*

Frankfurt em números

270 mil
foi o número de visitantes, ante 275 mil no ano passado, a menor visitação em seis anos; para editores, a comunicação via internet reduz ano a ano a importância de encontro

58 editoras brasileiras
participaram do evento, ante cerca de 170 em 2013, quando o Brasil foi o país convidado da feira

US$ 2 milhões
é, segundo especulações do mercado, o valor pelo qual a Random House adquiriu a trilogia literária "The Girls", da estreante Emma Cline, que aqui ficou com a Intrínseca


Endereço da página:

Links no texto: