Folha de S. Paulo


Belas Artes reabre em São Paulo com filas e presença de Haddad

A duas horas da primeira sessão programada para a reabertura do Cine Belas Artes, marcada para 17h, a fila já dobrava o quarteirão e chegava à rua Bela Cintra.

O cinema de rua, próximo à av. Paulista, que fechou às portas em 2011, foi reaberto neste sábado (19) com show da banda Mustache e os Apaches, quatro pré-estreias e exibição de filmes clássicos.

Primeiro da fila, o advogado Jacson Andrade, 25, havia chegado às 13h. "Me senti órfão quando fechou. Agora vai ser como encontrar um tio que eu não via há tempos", disse.

Das seis salas, só três funcionaram; outra fica pronta nesta segunda (21), e mais duas, no subsolo, em 15 dias.

Às 17h, o prefeito Fernando Haddad, o secretário municipal de Cultura, Juca Ferreira, e o dono do cinema, André Sturm, cortaram a faixa para reinaugurar o espaço, que agora terá fachada azul —cor da Caixa Econômica, que irá bancar o funcionamento do Belas Artes.

"Várias gerações se sentem ligadas a esse patrimônio afetivo da cidade", disse Ferreira. Segundo o prefeito, a iniciativa deve inspirar a reinauguração de outros cinemas de rua. "Fica um apelo para reabrir a Cinelândia", afirmou.

A primeira sessão exibiu a o filme nacional "Aos Ventos que Virão", de Hermano Penna. "Fizemos questão de reabrir o cinema com um filme brasileiro, produzido em São Paulo", afirmou Sturm.

À Folha, Hermano Penna lembrou que a exibição de outro filme seu, "Sargento Getúlio" (1983) também reinaugurou o Belas Artes, nos anos 1980, após ele ter sido fechado por causa de um incêndio. "Sou o único cineasta que reabriu o Belas Artes duas vezes. Espero ser o único."


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