Folha de S. Paulo


Programa infantil 'Castelo Rá-Tim-Bum' ganha exposição

"Klift Kloft Still, a porta se abriu!", dizia o porteiro do "Castelo Rá-Tim-Bum" pela primeira vez há 20 anos. Para comemorar as duas décadas da estreia do programa infantil da TV Cultura, o Museu da Imagem e do Som inaugura nesta quarta (16) "Castelo Rá-Tim-Bum - A Exposição".

Figurinos, fotos e ambientes das aventuras de Nino, o menino bruxo de 300 anos, e seus amigos Pedro, Biba e Zequinha estão distribuídos por dois andares do museu.

"Alguns cenários são réplicas, outros são releituras que foram modificados por causa da arquitetura do espaço", diz Bruno Ogura, 31, responsável pela cenografia da mostra.

Fabio Braga/Folhapress
Em sentido horário, os atores Luciano Amaral, Rosi Campos, Cássio Scapin e Cinthya Rachel
Em sentido horário, os atores Luciano Amaral, Rosi Campos, Cássio Scapin e Cinthya Rachel

Entre os 13 cenários recriados estão a biblioteca e o escritório do Dr. Victor, o quarto de Nino -com a mesma cama usada no programa-, e o caldeirão da bruxa Morgana.

Já a sala dedicada ao monstro Mau, personagem que percorria as tubulações do castelo, tem elementos interativos. Ruídos e barulhos de baratas são emitidos quando os visitantes entram no local.

Para completar o acervo de 30 objetos de cena exibidos na mostra, os atores contribuíram com itens que guardavam em casa.

O ator Sérgio Mamberti, o Dr. Victor, cedeu o quadro do saguão do castelo, enquanto Freddy Allan, 28, que viveu o garoto Zequinha, emprestou o boné de seu figurino.

Quem não colaborou com peças antigas marca presença de outro jeito. Os atores Rosi Campos, Cássio Scapin, Cinthya Rachel e Luciano Amaral gravaram depoimentos sobre o período no programa.

Divulgação
Biba, Nino, Zequinha, Pedro e Bongô em cena do 'Castelo'
Biba, Nino, Zequinha, Pedro e Bongô em cena do 'Castelo'

DIAS CORRIDOS

"Ficou tudo embaralhado, parece que foi um dia só", brinca Scapin, 49, que interpretou o personagem Nino.

Todos os atores recordam que a rotina não era fácil. Scapin diz que passava oito horas no estúdio, de segunda a sábado. "Era divertido, mas era muito árduo. Tive um estresse tão grande que o lado esquerdo do corpo paralisou".

Para os atores mirins da época, a carga também era pesada. "Uma van nos buscava na escola. Eram seis horas de gravação por dia", afirma Amaral, 34, que viveu Pedro.

Depois de um ano e meio, toda a correria se transformou em 92 episódios que se tornaram referência na televisão. Apesar do sucesso, o programa não foi prolongado. "A gestão da TV Cultura mudou. Uma pessoa nova no comando não quer dar continuidade a um projeto que não é dela", acredita a atriz Rosi Campos, 60, a bruxa Morgana.

Cinthya Rachel, a Biba, reclama que a emissora não os chamou para nenhuma comemoração. A TV Cultura diz que a homenagem que o canal presta é a reprise do programa, transmitida de segunda a sexta, às 11h30 e às 19h30.

Em maio, o canal abriu suas portas por cinco dias e expôs figurinos, documentos e objetos do programa.
Um dos diferenciais de "Castelo Rá-Tim-Bum" foi o uso de efeitos especiais.

"A equipe discutia que técnicas deveríamos usar. No final teve 2D, 3D, stop-motion e maquetes. Uma mistureba" diz o diretor Cao Hamburger.

Para lembrar os efeitos, o MIS recebe oficinas durante a exposição. No domingo (27), às 11h e às 14h, ocorre o curso "Stop-Motion: Ratinho Castelo Rá-Tim-Bum", na qual os alunos aprendem a fazer animação com massinha.

CASTELO RÁ-TIM-BUM - A EXPOSIÇÃO
ONDE Museu da Imagem e do Som, av. Europa, 158, Jardim Europa, tel. (11) 2117-4777
QUANDO de 16/7 a 12/10; ter. a sex., 12h às 21h; sáb.: 10h às 22h; dom. e fer., 10h às 20h
QUANTO R$ 10 (na bilheteria) ou R$ 30 (pelo site Ingresso Rápido)
CLASSIFICAÇÃO Livre


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