Folha de S. Paulo


Coreógrafa Maria Duschenes, introdutora do método Laban no Brasil, morre aos 92 anos

A coreógrafa e educadora Maria Duschenes morreu no último sábado (5), em seu apartamento, no Guarujá, litoral de São Paulo. Ela estava com 92 anos e, desde 1999, tinha mal de Alzheimer.

Duschenes, que nasceu em Budapeste, na Hungria, mudou-se para o Brasil em 1940 e foi pioneira da dança moderna no país.

Introdutora no Brasil do método criado pelo coreógrafo húngaro Rudolf Laban (1879-1950), ela influenciou o trabalho de artistas importantes da dança brasileira. Entre eles, Klauss Vianna (1928-92), Denilto Gomes (1953-94), J.C. Violla, Juliana Carneiro da Cunha e Maria Mommensohn.

"A afirmação de uma técnica que coloca a dança à disposição de todos, o abandono de formas fixas e corpos padronizados, e o entendimento de que o corpo é fundamental nas atividades intelectuais fazem da presença de Duschenes um verdadeiro polo transformador da dança paulista", diz o texto da diretora da SPCD Inês Bogéa para o documentário "Maria Duschenes - o Espaço do Movimento", de 2006.

A dança coral, proposta democrática de tornar a dança acessível a todos, foi um dos trabalhos desenvolvidos por Duschenes, que coordenou o projeto Dança/Arte do Movimento nas bibliotecas infantojuvenis de São Paulo.

"A dança tem uma qualidade primordial: ela é direta, obriga a um contato imediato, você trabalha e atua sobre o seu próprio corpo sem poder adiar nada. Não se pode ser preguiçoso, nem no corpo, nem nas ideias, quando se está dançando. É possível, por meio da dança, causar uma síntese, provocando uma experiência muito profunda em relação à vida", disse certa vez a artista.


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