Folha de S. Paulo


Crítica: 'O Céu É de Verdade' enfatiza a doutrina cristã em vez de cinema

Como na maior parte do cinema doutrinário recente (que vai dos filmes evangélicos americanos aos espíritas brasileiros), a ênfase de "O Céu É de Verdade" recai sobre a palavra "doutrina", não sobre a palavra "cinema".
Ou seja, seus realizadores parecem mais interessados em evangelizar seu público do que em entretê-lo.

Adaptado do best-seller de mesmo nome, "O Céu É de Verdade" reconta a história real de um menino de 4 anos que, após quase morrer em uma cirurgia de emergência, afirma ter sido levado ao céu e encontrado Jesus.

Divulgação
Cena do filme 'O Céu é de Verdade', de Randall Wallace, que estreia no Brasil
Cena do filme 'O Céu é de Verdade', de Randall Wallace, que estreia no Brasil

A princípio, ninguém acredita em seu relato. E mesmo seu pai, Todd Burpo (Greg Kinnear), um pastor de uma pequena cidade de Nebraska, coloca em xeque sua fé.

Mas, à medida que o garoto começa a dar informações sobre pessoas mortas que ele não conheceu, Todd passa aos poucos a acreditar no filho e a divulgar seu caso na imprensa.

O percurso que o filme propõe ao espectador é o mesmo do pai: da dúvida à fé. No caminho, muitas lágrimas, mas poucos conflitos -já que a pergunta do filme está respondida já em seu título.

Com poucos atrativos cinematográficos, "O Céu É de Verdade" prega aos convertidos.

Aos céticos, o paraíso vislumbrado pelo garotinho vai parecer curiosamente lisérgico ("Jesus anda em um cavalo com as cores do arco-íris!").

Esses talvez saiam do filme com uma dúvida mais terrena: "Onde é possível encontrar a droga que os médicos deram ao menino?"

O CÉU É DE VERDADE (HEAVEN IS FOR REAL)
DIREÇÃO Randal Wallace
PRODUÇÃO EUA, 2014
ONDE Anália Franco UCI, Cinépolis Largo 13 e circuito
CLASSIFICAÇÃO livre
AVALIAÇÃO ruim


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