Folha de S. Paulo


Os dez melhores remakes de novelas

Tramas que marcaram a história da telenovela brasileira voltaram às telas em novas versões. Nem todas, no entanto, repetiram o mesmo sucesso dos folhetins que as inspiraram. Veja algumas adaptações:

Meu Pedacinho De Chão (1972 e 2014)

A história da professorinha que muda a rotina de uma pequena vila, que pode ser vista atualmente às 18h na Globo, foi contada pela primeira vez em 1972. Na época, ela foi exibida pela Globo e pela TV Cultura simultaneamente.

Na década de 1970, a atriz Renée de Vielmond assumiu o papel da professora Juliana, hoje interpretado por Bruna Linzmeyer. Castro Gonzaga era o coronel Epaminondas e seu filho, Fernando, foi interpretado por Ênio Carvalho. Hoje os personagens estão nas mãos de Osmar Prado e Johnny Massaro, respectivamente.

Selva de Pedra (1973 e 1986)

Na história, o interiorano Cristiano Vilhena mata um homem durante uma briga. Após o assassinato, foge para o Rio de Janeiro, com a escultora Simone Marques, com quem acaba se casando. Na cidade grande se torna parte de uma engrenagem corrupta, que põe seu casamento em jogo e culmina em um acidente de carro do qual Simone é vítima.

Francisco Cuoco fez em 1973 seu primeiro protagonista, ao lado de Regina Duarte, seu par romântico. No remake de 1986 Tony Ramos e Fernanda Torres conduzem a trama. As duas versões passaram na TV Globo.

Mulheres de Areia (1973 e 1993)

A história das gêmeas fisicamente idênticas e psicologicamente opostas, Raquel e Ruth, surgiu na extinta TV Tupi em 1973, com Eva Wilma no papel das duas irmãs e Carlos Zara como bem-sucedido empresário Marcos Assunção. Vinte anos mais tarde, a trama ocupou o horário das 18h na Rede Globo, com Glória Pires assumindo o papel da irmã boa e da má.

Cabocla (1979 e 2004)

A novela, inspirada em um romance homônimo de Ribeiro Couto, foi adaptada pela primeira vez em 1959, e exibida pela extinta TV Rio. Os atores Glauce Rocha e Sebastião Vasconcelos assumiram o papel dos protagonistas na época.

Em 1979 a trama ganhou sua segunda adaptação na Globo, nas mãos de Benedito Ruy Barbosa. O cantor Fábio Jr. interpretava Luís Jerônimo, o moço da cidade que vai para o interior se curar de uma tuberculose. No campo, acaba se apaixonando pela afilhada do coronel que o hospeda, a jovem do interior Zuca, interpretada pela então estreante Gloria Pires.

A terceira versão, também da Globo, chegou às telas em 2004, com Daniel de Oliveira no papel de Luís Jerônimo e Vanessa Giácomo como a cabocla. O ibope do remake foi ainda impulsionado pela disputa cômica entre os coronéis Boanerges e Justino, interpretados por Tony Ramos e Mauro Mendonça, respectivamente. A adaptação desta vez ficou a cargo das filhas de Ruy Barbosa, Edmara e Edilene Barbosa, com supervisão do pai. Sebastião Vasconcelos voltou nesta versão no papel de Felício.

A Viagem (1975 e 1994)

Mais um remake de novela surgida na TV Tupi, "A Viagem" foi exibida pela primeira vez em 1975, e de novo em 1994, na Globo (ambas as versões escritas por Ivani Ribeiro). Inspirada nas obras de Allan Kardec, a novela era conduzida pelo espírito de um homem que se mata na cadeia, e volta para atormentar aqueles que julga responsáveis por seu destino.

O protagonista Alexandre foi interpretado por Ewerton de Castro em 1975 e por Guilherme Fontes na década de 1990.

Anjo Mau (1976 e 1997)

A primeira versão da novela foi ao ar em 1976, com Susana Vieira no papel de Nice, uma babá disposta a tudo para subir na vida. José Wilker era Rodrigo, o filho de família rica que Nice quer conquistar, mas por quem acaba de fato se apaixonando.

O remake mudou o cenário do Rio para São Paulo em 1997, e trouxe Glória Pires mais uma vez como protagonista, dessa vez ao lado de Kadu Moliterno. A nova versão guardou um final mais feliz para o casal no último episódio, que contou com uma participação especial de Susana Vieira. As duas versões são da Globo.

A Escrava Isaura (1977 e 2004)

Inspirada em romance homônimo de 1875, de Bernardo Guimarães, a história abolicionista sobre uma escrava branca ganhou sua primeira adaptação na Globo em 1977 com Lucélia Santos. Em 2004, mudou de emissora e foi relançada na Record, marcando a teledramaturgia do canal. A atriz Bianca Rinaldi assumiu o papel de Isaura.

O Astro (1978 e 2011)

O ator Francisco Cuoco foi o vidente Herculano Quintanilha no final da década de 1970, quando a novela "O Astro" foi exibida pela primeira vez, na Globo. Tony Ramos dividia a cena com ele, no papel do coprotagonista Márcio Hayala. Foi quando surgiu o bordão "quem matou Salomão Hayalla?", recuperado em 1988 pela novela "Vale Tudo" para solucionar o mistério do assassinato de Odete Roitman.

Na versão de 2011, no mesmo canal, os papeis principais são interpretados por Rodrigo Lombardi e Thiago Fragoso. Cuoco fez uma participação especial no remake como Ferragus, conselheiro de Quintanilha. A adaptação ganhou o prêmio Emmy Internacional de melhor novela em 2012.

Ti-ti-ti (1986 e 2010)

A trama, a mais leve e bem-humorada da lista, foi estrelada pela primeira vez por Reginaldo Faria e Luis Gustavo, como dois rivais eternos do campo da moda a dos assuntos pessoais, em 1986.

A novela de 2010 misturou a história original com personagens e seus intérpretes de outras novelas de Cassiano Gabus Mendes, como os de "Plumas e Paetés" (1980). Murilo Benício e Alexandre Borges assumiram os personagens dos costureiros inimigos e contaram, também, com o retorno dos atores da primeira novela. O original e o remake são da Globo.

Sinhá Moça (1986 e 2006)

Inspirada em romance homônimo de Maria Dezonne Pacheco Fernandes, a novela se passa dois anos antes da promulgação da Lei Áurea. Lucélia Santos voltou em um enredo sobre a escravidão, mas dessa vez no papel da filha de um coronel escravocrata, que se apaixona por um republicano abolicionista (Marcos Paulo).

A novela foi refeita 20 anos mais tarde, de novo pelas mãos das filhas de seu criador, Ruy Barbosa. A nova versão, também na Globo, foi protagonizada por Débora Falabella e Danton Mello.


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