Folha de S. Paulo


Literatura de terror é inspiração de seriado

É como se a televisão tivesse incorporado a célebre frase do livro "Coração das Trevas", de Joseph Conrad: "O horror, o horror".

Na esteira de "The Walking Dead", "American Horror Story" e "Salem", agora chega à TV brasileira a série "Penny Dreadful", que traz um "mash-up" de clássicos do terror com estreia marcada para, nada mais oportuno, esta sexta-feira, 13.

Estrelada por Eva Green ("300: A Ascensão do Império") e Timothy Dalton ("007 - Permissão para Matar"), a série conta a história de um pai, rico e aventureiro, em busca da filha que ele acredita ter sido sequestrada por criaturas do outro mundo.

Como fiel escudeira, o pai tem uma paranormal sexy e obscura afeita a tensas sessões de orações com visões de insetos nojentos.

Jim Fiscus/Showtime
Harry Treadaway interpreta Victor Frankenstein na série 'Penny Dreadful'
Harry Treadaway interpreta Victor Frankenstein na série 'Penny Dreadful'

Juntos, os dois arregimentam um pistoleiro americano (Josh Hartnett, "Dália Negra") saído de bangue-bangue e passam a lutar contra as criaturas do além.

À trama somam-se personagens célebres da literatura de horror como Dr. Victor Frankenstein (Harry Treadaway, "Fleming"), retratado como um médico esquisitão e misterioso, e de um lânguido e hipersexualizado Dorian Gray (Reeve Carney, "A Tempestade").

Além deles, há uma infinidade de zumbis e vampiros para todos os gostos, e de figuras da era Vitoriana (1837-1901), como Jack, o estripador, tudo embalado pelo cinza nebuloso de Londres.

Para a revista "Vanity Fair", o primeiro episódio apresenta intriga gótica o suficiente para uma temporada inteira. A série é considerada apurada visualmente e escrita de forma sólida, mas sua premissa é tão abrangente que poderia facilmente (e rapidamente) descambar para um melodrama desconexo.

Já o jornal "The New York Times" afirmou que "Penny Dreadful" deve ser adicionada à lista dos pequenos prazeres que se tem vergonha de revelar, por sua mescla equilibrada de momentos sutis e exagerados.

Na primeira cena, por exemplo, vemos uma mulher ser morta enquanto está sentada em um aparelho sanitário, mistério que não está ligado à trama principal, mas que imprime o clima bizarro do que vem por aí.

"Penny Dreadful" foi escrita e produzida por John Logan, uma espécie de Midas do roteiro americano, autor de "Hugo", "O Aviador" e "Gladiador", e tem produção executiva de Sam Mendes ("Beleza Americana", "Skyfall") e Pippa Harris ("Foi Apenas um Sonho").

Produzida pelo Showtime, mesmo canal de "Homeland" (série sobre terrorismo com Claire Danes) e "Masters of Sex" (sobre o estudo da sexualidade humana), no Brasil será exibida pela HBO.

Para o canal, trata-se de uma estreia oportuna: neste ano, se despede de seus vampiros de "True Blood", que exibe a sétima e última temporada a partir do dia 22.

NA TV
Penny Dreadful
Estreia da série
QUANDO nesta sexta (13), 22h, HBO
CLASSIFICAÇÃO não informada


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