Uma artista causou frisson em Paris no final de maio ao fazer uma performance onde recriava, ao vivo numa performance, o quadro "A Origem do Mundo", do pintor realista Gustave Courbet (1819-1877).
As informações são da emissora France TV.
A obra mostra a vagina e o abdômen de uma mulher com as pernas abertas. O fato de ser tão explícito gera polêmica até os dias de hoje.
No último dia 29, a artista plástica Deborah de Robertis, de Luxemburgo, resolveu fazer uma performance no Musée D'Orsay, na capital francesa, em frente ao quadro. Imitando-o, ela se sentou em frente à imagem, levantou o vestido e exibiu seu órgão genital.
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A artista Deborah de Robertis realiza performance em frente ao quadro 'A Origem do Mundo', em Paris |
A trilha sonora para a performance foi "Ave Maria", de Franz Schubert (1797-1828). Ela batizou sua recriação como "o espelho da origem".
Alguns frequentadores do museu aplaudiram De Robertis, mas os seguranças foram rapidamente até ela para exigir que finalizasse a performance o quanto antes.
Como a artista se negou a atendê-los, um deles ficou em frente a ela, para evitar que fosse vista por mais gente, e o outro pediu às pessoas que deixassem aquela sala do museu.
Depois, a polícia foi chamada pela administração da instituição. De Robertis foi detida para interrogação, mas não será indiciada criminalmente.
Em entrevista à emissora France TV, a artista disse ter sido tratada "como uma princesa" pelos seguranças do museu.
"Um deles me perguntou se eu achei que a cena não poderia ser forte para as crianças. Mas é a intervenção da autoridade que a torna forte, não minha tomada de posição", afirmou.
Sobre as razões para ter feito a performance, ela disse ser "difícil de resumir em poucas palavras".
"Eu emprestei meu rosto à 'Origem do Mundo', mas acima de tudo minha voz. Na trilha sonora, eu dizia que 'eu sou todas as mulheres'. É simbólico."
Deborah de Robertis negou ter sido "exibicionista" com o ato. "Trata-se de uma obra de arte, cujo planejamento acontecia há ao menos oito anos. Não tem nada a ver com exibicionismo, não foi um ato impulsivo."