Folha de S. Paulo


Ana Botafogo decepciona com solo de apenas 4 minutos na Virada Cultural

"Mas já acabou?" Essa era a frase na boca da maioria das pessoas que acompanharam a performance da bailarina carioca Ana Botafogo e do coreógrafo argentino Luis Arrieta, no palco Anhangabaú, nesta primeira noite da Virada Cultural.

A dupla, que entrou no palco 20 minutos antes da hora prevista para o início do balé "O Cisne", passou apenas quatro minutos no tablado. "Deixou gostinho de quero mais", disse a médica Aneli Estevão, 55.

O solo de dança consistia na parte final da peça em que o cisne, interpretado por Botafogo, cai no chão e é acolhido. A bailarina desenvolveu uma performance em torno de Arrieta, que a cobriu com o paletó que estava usando.

Do início ao fim, os dois foram aplaudidos diversas vezes pelo público, formado em sua maioria por famílias, estudantes e bailarinos profissionais na casa dos 30 anos.

Por causa do adiantamento, várias pessoas não conseguiram assistir a apresentação da dupla. A bailarina argentina Maria Del Castillo, 17, foi uma delas.

"É uma pena, porque sou bailarina e Ana [Botafogo] é uma das pessoas que mais queria ver na virada por ser uma das mais reconhecidas do Brasil", diz ela.

Um casal que havia saído de uma performance no palco Cabaré, na rua Bento Freitas, também ficou desapontado com o adiantamento da apresentação.

"É uma pena porque sempre vemos dança na Virada", afirma o engenheiro Paulo Simons, 59. Ele não desanima: "Já que estamos aqui, vamos esperar para ver o que acontece."

Os quase 30 guardas municipais que fazem a segurança do palco do Anhangabaú não tiveram problemas desde o início da virada.

"Aqui é um público mais clássico, selecionado mesmo", diz a guarda Fernanda S. "Não acho que haverá problemas."

No entorno do Anhangabaú, porém, vários jovens consumiam cigarros de maconha sob a vista grossa de policiais e guardas, mais preocupados em dispersar os ambulantes que vendiam churrasquinho e tapioca.


Endereço da página:

Links no texto: