Folha de S. Paulo


Virada Cultural começa com atrasos em pelo menos seis pontos

A largada da Virada Cultural, marcada oficialmente para as 18h, foi dada com atraso em diversos pontos de São Paulo neste sábado (17). Em pelo menos seis locais visitados pela reportagem da Folha, havia atrasos —alguns de mais de uma hora e meia— para o início dos shows.

No Theatro Municipal, o show de Célia e Arthur Verocai estava marcado para as 19h, mas às 19h10 o local ainda estava sendo aberto para entrada da plateia. Lá dentro, no palco, os músicos da banda ainda faziam a passagem de som. O espetáculo foi iniciado por volta das 19h50.

No fim da primeira música, Célia pediu desculpas pelo atraso. "Bem, nós chegamos aqui às 15h30. O bom é que vocês aprenderam como é uma passagem de som", disse, arrancando risos da plateia. Ao fim do show, a cantora contou ao público que o palco foi liberado aos seus músicos depois do previsto porque antes estava ocorrendo o ensaio para uma ópera.

No palco principal, na praça Júlio Prestes, não houve atraso para o começo do show do Ira!, que abriu a noite. O posto médico do local, no entanto, só foi aberto às 20h, duas horas depois do início da apresentação da banda de rock.

Antes da abertura das duas tendas montadas para atendimento médico, um rapaz passava mal do lado de fora. A reportagem foi impedida de se aproximar dele por um segurança que estava tomando conta do lugar.

A Virada também começou depois do horário marcado no CEU (Centro Educacional Unificado) Jardim Paulistano, na zona norte. O show do rapper Kamau, previsto para as 18h, começou às 19h40. Segundo a organização, o DJ do grupo se atrasou para chegar ao local.

Já Mariana Aydar, no palco da Líbero Badaró, começou a cantar às 18h40, 40 minutos após o agendado. O público, de cerca de 300 pessoas, não ocupava nem a metade da rua no início da apresentação. Conforme a organização, houve problemas técnicos no palco.

MISSA E HIP-HOP

A programação do largo Santa Efigênia também estava atrasada por volta das 20h.

O pista fica no cruzamento entre a ruas Antônio de Godoy e Santa Efigênia, mas o trânsito local não havia sido desviado. Segundo a assessoria de imprensa da SPTrans, havia desvio do fluxo de ônibus desde as 17h, mas o de demais veículos não fora feito em função de o local estar com pouco público.

Por volta das 19h, carros continuavam passando no local, em meio a cerca de dez pessoas que dançavam na rua. O som eletrônico vinha do equipamento da pista.

Segundo o agente de operação da Virada Alexandre Augusto, a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) já havia sido chamada, mas ainda não havia chegado.

Enquanto o hip-hop tocava alto, uma missa estava sendo realizada na igreja Santa Efigênia, que dá nome ao largo.

O show do rapper Thaide, que se apresentaria às 18h com o grupo Nice Dance Hall, foi transferido para a meia-noite. Segundo a organização da Virada, a mudança foi feita a pedido do próprio artista. Grupos de dança foram escalados para "tapar o buraco".

O palco também estava com problemas na iluminação das tendas que servem de camarim aos artistas. A empresa responsável pela tarefa ainda não havia chegada para instalar a luz por volta das 20h.


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