Folha de S. Paulo


Virada começa hoje com custo maior e abrangência menor

A 10ª Virada Cultural, que começa neste sábado (17), às 18h, está mais cara, mais enxuta e com menos brilho.

O orçamento, do evento gratuito organizado pela Prefeitura Municipal de São Paulo, sob a gestão de Fernando Haddad (PT), aumentou 13% em relação a 2013: foi de R$ 11,5 milhões para R$ 13 milhões.

Com exceção da volta do Ira! não há nomes de peso como antes, quando Gilberto Gil (2012), George Clinton e Gal Costa (2013) fizeram shows.

Ilustrações Stefan/Editoria de Arte/Folhapress

O cachê das atrações internacionais da edição, Uriah Heep, Martha Reeves & The Vandellas e Mark Farner foi de R$ 350 mil, no total. Daria para para bancar sete shows do grupo de rap brasileiro RZO. O pagamento ao jazzista americano Stanley Jordan está na mesma faixa do da funkeira Valesca: R$ 35 mil e R$ 38 mil.

"Trazer gringo está mais caro", diz José Mauro Gnaspini, o mais antigo dos 15 curadores. "Os insumos para montar show estão mais caros: passagem, van. Tudo sobe."

Há menos palcos: 17 contra 24 em 2013. A organização diz que isso não reduziu o número de atrações: mais de mil.

O evento volta a incluir 31 CEUs (Centros Educacionais Unificados) no circuito. No centro, a área de shows está 20% menor que o planejado.

"A PM argumentou que era importante a redução da área", diz o secretário de Cultura, Juca Ferreira.

Sobre o plano de segurança deste ano, a Polícia Militar respondeu que "por questões de estratégia", não é "oportuno" divulgá-lo. Serão 3.700 PMs (300 a mais do que em 2013) e 1.800 agentes da Guarda Civil: 400 a mais.

Um tablado para shows está na rua Helvétia, a menos de uma quadra de onde a prefeitura ergueu um "cercadinho" para os usuários de crack.

Se não há grandes nomes no festival, há 24 horas de atrações para quase todos.

Para o "frito" que não sai das baladas eletrônicas, para o hipster que não perde filme nórdico e para o gosto velho e bom do "tiozão do rock".

Das 126 atrações principais dos palcos, 26 são "arroz de Virada", caso dos músicos Karina Buhr, Marcelo Jeneci e Luiz Melodia.

Evandro Fióti, um dos curadores, disse que a preocupação é exibir artistas que nunca tocaram, mas alguns têm restrição de datas e outros têm o cachê mais caro.


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