Folha de S. Paulo


Em rede social, Dilma faz homenagem a Jair Rodrigues; veja repercussão

A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quinta-feira (8) que Jair Rodrigues, morto na manhã desta quinta-feira (8) na sauna de casa, era um artista "completo, talentoso e profundamente identificado com o coração do povo brasileiro".

Em nota de pesar, a presidente disse que "é com sentimento de profunda tristeza que recebo a notícia da morte do cantor Jair Rodrigues".

"Sua interpretação de 'Disparada', de Geraldo Vandré e Théo Barros, passados quase 40 anos da apresentação muito me emociona. Quero deixar aqui meus melhores sentimentos e meu carinho de fã à família de Jair Rodrigues", disse ainda.

A página da presidente no Facebook publicou hoje mais cedo uma homenagem ao cantor, publicando uma foto de Rodrigues, imortalizado como o intérprete da canção 'Disparada', de Geraldo Vandré.

"Por que gado a gente marca/ Tange, ferra, engorda e mata/ Mas com gente é diferente", informa a foto com o ano de nascimento e de morte do cantor. Com a música "Disparada", ele venceu o Festival da Canção de 1966, empatado com "A Banda", de Chico Buarque.

Segundo a assessoria da JRC Produções, empresa do músico, ele morreu às 9h30, aos 75 anos, na sauna da casa onde vivia em Cotia, São Paulo. Segundo exame do Instituto Médico Legal de Cotia, a causa da morte foi um infarto agudo do miocárdio.

Pai dos músicos Luciana Mello e Jair Oliveira, ele começou sua carreira como crooner nos anos 1950.

Na década de 1960, fez sucesso na televisão como apresentador do programa "Fino da Bossa", ao lado de Elis Regina.

Reprodução/Facebook
Cantor Jair Rodrigues é homenageado no Facebook da presidente Dilma
Cantor Jair Rodrigues é homenageado no Facebook da presidente Dilma

Veja a repercussão da morte do músico:

"Quero agradecer, de coração, o imenso carinho que estamos recebendo! Em breve falaremos com todos. Só pedimos que respeitem nossa privacidade nesse momento tão difícil e sofrido... Mto [sic] obrigada!!"
LUCIANA MELLO, cantora e filha de Jair Rodrigues, no Facebook

"Um amor gigantesco!! Tive a honra de conviver e aprender com a alegria de um anjo!!! Estamos todos muito emocionados e tentando entender este momento e agradecemos todo o carinho prestado. E muito obrigado, meu pai, por toda sua luz! Descanse em paz."
JAIR OLIVEIRA, cantor e filho de Jair Rodrigues, no Facebook

"Jair foi um precursor, um grande 'entertainer', de uma energia muito grande, que passou por todos os gêneros [...] Ele sempre foi um cantor de samba, mas também trouxe para as paradas de sucesso a música caipira"
JOÃO MARCELLO BÔSCOLI, produtor musical, filho do músico Ronaldo Bôscoli e da cantora Elis Regina

"Eu o chamava de alegria do samba. Mais que um cantor, ele cantava a alegria. Ninguém ficava sério com ele. Trabalhamos juntos 20 anos na Polygram (hoje Universal), eu era o diretor artístico de lá. Quando ele ia de São Paulo para o Rio fazer um disco, era a alegria dos técnicos, de todos os funcionários, de todo o estúdio. Acho muito bonito que ele tenha deixado através dos filhos uma continuidade de seu trabalho"
ROBERTO MENESCAL, cantor e compositor

"O Jair era um grande cantor. Ele interpretou uma música minha e do Vinicius no festival da Record de 1967. Eu o conheci nessa época. Ele era muito versátil, cantou, se saiu muito bem com nosso samba. Me lembro dele como uma pessoa muito alegre, comunicativa. Conquistava a simpatia de todos"
FRANCIS HIME, cantor e compositor

"Ficamos amigos na época do 'Fino da Bossa' (1965), programa da Record com ele e a Elis que eu dirigia. O Jair criou um estilo próprio, um estilo irresponsável. Ele queria sempre se divertir. Plantava bananeira no palco, fazia todo tipo de bagunça. A Elis ficava maluca com ele. Eu nunca tive a pretensão de dirigir o Jair no programa. Tem pessoas que você só deve escalar e deixar à vontade. Se tentasse impor uma disciplina a ele, acabava toda a graça. Na época do programa, a gente jogava futebol toda quarta. Depois íamos para a casa do Jair, a mãe dele fazia uma tonelada de comida. Ele era a alegria da turma, mas quando queria também sabia cantar sério. Era muito talentoso."
LUIZ CARLOS MIELE, cantor e produtor musical

"Eu ainda era só compositora quando conheci ele, nos anos 1980. Eu encontrei ele na gravadora, com meu violão, e disse que tinha composto uma música, era 'Majestade o Sabiá' [1985]. 'Mostra aí, menina', ele disse. Comecei a tocar e ele levantou feito um pombo: 'É minha agora'. Ele se apaixonou à primeira vista. A música estourou, vendeu tanto que eu fiquei 12 anos sem poder gravá-la de tanto que ela já estava marcada pela voz dele. Nos shows, quando ele tocava essa música, ele sempre falava o meu nome, falava que era minha composição. Foi por causa disso que eu acabei ficando conhecida. Nós ficamos muito amigos depois disso. Ele era um cara que não tinha máscara, era sempre jovial, bondoso, leal, puro."
ROBERTA MIRANDA, cantora

"Ao longo de sua carreira, Jair Rodrigues marcou para sempre a música brasileira com grandes interpretações que são lembradas até hoje. Sua alegria e irreverência, no palco e fora dele, eram características marcantes de sua personalidade. Artista essencial da cultura de São Paulo, sua obra percorreu diversos gêneros e deixou enorme contribuição ao patrimônio musical brasileiro. Fica o reconhecimento e homenagem minha e da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo. Nesta edição, a Virada Cultural prestará uma homenagem ao artista."
JUCA FERREIRA, Secretário Municipal de Cultura de São Paulo, em nota de pesar

"Em 2010, a Rossana Foglia [codiretora do filme] e eu buscávamos um ator para fazer o papel de um velho artista cômico de TV, o Zeca. O filme é sobre a relação de um jovem comediante com um velho comediante. Pensamos no Jair, apesar de ele não ser um ator, por causa do enorme carisma dele. Ele é um dos poucos artistas com essa características, as pessoa abrem um sorriso ao conhecê-lo. Não esperávamos que ele fosse aceitar. Para nossa surpresa, ele topou. Foi de uma generosidade tremenda, às vezes chegava dos shows e ia direto para a filmagem. No set, ele era muita alegria, ele contava piada, fazia todo mundo rir. Ele entrava em cena e as pessoas riam. No começo ele tinha muita resistência porque o personagem falava muito palavrão. O Jair é muito religioso. Mas quando chegava a hora de filmar, ele falava mais palavrão que o personagem. A dificuldade dele foi decorar as falas. Ele simplificava, falava do jeito dele, e na maioria das vezes ficava melhor do que o texto original. Ele trouxe ao filme a sagacidade do grande artista popular. Me surpreendeu em vários momentos. Muitas cenas exigiam uma construção do personagem. Ele se saiu muito bem. A gente tinha um projeto de fazer um filme sobre a vida dele. Íamos nos reunir para tratar disso. Infelizmente não deu tempo. Mas tô pensando em ainda fazer esse projeto."
RUBENS REWALD, diretor de "Super Nada" (2013), filme com Jair Rodrigues

"Tenho muito respeito à memória do Jair e pelo carinho que ele sempre teve com minha mãe. Que ele descanse em paz."
MARIA RITA, cantora, à Folha

"A música popular brasileira perde um de seus maiores representantes. E o Brasil, uma de suas vozes mais alegres. Jair Rodrigues transmitiu otimismo e carisma durante toda a sua vida. Amado pelo público e respeitado pela crítica, foi o intérprete de uma geração de brasileiros que sempre desejaram um Brasil harmônico e feliz. Meus sentimentos mais profundos para a família, amigos e milhões de fãs".
GERALDO ALCKMIN, Governador do Estado de São Paulo, em nota de pesar

"Jair Rodrigues é uma dessas poucas grandes coisas de que Brasil deve se orgulhar. Ele foi talento espontâneo e alegria genuína combinados ao respeito pelo que veio a ser o seu trabalho. Não havia nenhuma atmosfera de prestação de serviço nessa disciplina. Era uma forma de expressão do seu natural companheirismo, nunca um cumprimento de dever empregatício. [...] Sua parceria com Elis no Fino da Bossa é um dos momentos altos da história de nossa música. Ela dominava a matéria musical com todas as suas fibras tensas (mas o fazia de modo impactantemente rico e variegado), enquanto ele representava o relaxamento e a despreocupação. No entanto, assumindo a responsabilidade da 'Disparada', Jair, com sua incrível voz de tenor, emprestou à canção uma autoridade de outra natureza que não a dela mesma enquanto composição (que não era, de nenhum modo, pequena). Seu timbre, a cor de sua pele, o tom que ele deu ao abandono da brincadeira - a interpretação da música de Vandré e Theo de Barros revelou um homem brasileiro que reequilibrou nossa autoimagem. Para minha cabeça, Jair morrer é um contrasenso. É comum tecerem-se elogios à personalidade dos que deixam a vida, mas no caso de Jair Rodrigues, todos os lugares-comuns poderiam ser repetidos e ainda assim estariam sendo ditos pela primeira vez. E mesmo que os desfiássemos todos ainda estaríamos aquém da pletora de louvores que ele de fato merece."
CAETANO VELOSO, cantor e compositor, em sua página no Facebook

"Ele a Elis foram os primeiros a vender 1 milhão de cópias no Brasil, com 'O Fino da Bossa'."
LENINE, cantor e compositor, em sua página no Twitter

"O dia começou triste: 'Morre o cantor Jair Rodrigues aos 75 anos - notícias em Música em São Paulo'"
GLÓRIA PEREZ, novelista, em sua página no Twitter

"Jair foi tido por muitos como o pai do rap nacional, inclusive por mim. Até o citei num texto tempos atrás lembrando como o tema usado em 'Deixa Isso pra Lá', de certa maneira, também tinha muito a ver com rap. Todo o rap nacional tem muito amor por ele, que foi uma das mais belas vozes que já tivemos a honra de ouvir. Seja com Rappin Hood, seja com Potencial 3, seja com Rael, comigo ou outros rappers, ele sempre foi um grande mestre, uma espécie de paixão que dava aula de música e conselhos importantes para seguirmos em frente nesta caminhada maluca que é a arte. Tô numa tristeza que não cabe no peito, fiquei olhando um pedaço de papel em que ele anotou seus telefones e me deu. Da última vez em que nos vimos ele me pediu um rap. Fiquei trabalhando nisso e iria ligar nos próximos dias para mostrar algo, infelizmente não deu tempo. Eu fiquei parado a manhã inteira pensando que aquele sorriso vai fazer muita falta na vida de todos nós..."
EMICIDA, rapper e produtor musical

"Meu Deus, não acredito! O Brasil perde um dos grandes... Meus mais sinceros sentimentos à família toda de Jair Rodrigues. RIP Jair".
SANDY, cantora, no Twitter

"A morte de Jair Rodrigues é triste. Além de incrível cantor era ótima pessoa e deixa uma família maravilhosa. Fica em paz, amigo de todos"
SERGINHO GROISMAN, apresentador, no Twitter

"Meu Querido Mestre Jair se foi, todo carinho do mundo a ele e a família Oliveira! Obrigado Mestre, eu te amava demais!"
RAPPIN' HOOD, rapper, no Twitter

"Ta difícil de acreditar.... Todo meu carinho pra família que eu tanto adoro! Jair pra sempre."
ADRIANE GALISTEU, apresentadora, no Twitter

"Jair Rodrigues: um dos caras mais divertidos da MPB. Nosso primeiro rapper. E ainda plantava bananeiras no palco. Descanse, figuraça!"
HÉLIO DE LA PEÑA, ator, no Twitter

"A que triste! Vá em Paz Jair Rodrigues leve sua alegria para o céu! Meus pêsames a toda família."
VALESCA POPOZUDA, funkeira, no Twitter

_"Ele era um ser humano de primeira grandeza. Nossa amizade tem 49 anos, os filhos deles são os primeiros a que chamei de sobrinhos. Não estou entendendo direito. Estou com febre e achei que era um pesadelo.
É injusto. Vivemos em um país amargo e ele era esse menino que nunca cresceu, sempre foi um garotão e trazia a personificação da alegria. Não que estivesse interpretando um personagem, ele era aquilo na minha casa, na casa dele, irradiava alegria. Do lado dele, você se sentia alegre."_
RONNIE VON, cantor e apresentador de TV, à Folha

"Poxa!!! Sem palavras... apenas sentimentos!!! #VáEmPaz #RIPJair #IconeMusicaBrasileira"
PALOMA BERNARDI, atriz, no Twitter

"Tristeza absoluta. Morre Jair Rodrigues, um querido amigo, uma pessoa maravilhosa e um dos maiores cantores brasileiros R.I.P."
LOBÃO, cantor, no Twitter

"Nenhuma palavra eh [sic] possível nesta manhã. Silêncio: Jair Rodrigues partiu."
FAFÁ DE BELÉM, cantora, no Instagram

"Em 2010, a Rossana Foglia [codiretora do filme] e eu buscávamos um ator para fazer o papel de um velho artista cômico de TV, o Zeca. O filme é sobre a relação de um jovem comediante com um velho comediante. Pensamos no Jair, apesar de ele não ser um ator, por causa do enorme carisma dele.Pra nossa surpresa, ele topou. No set ele contava piada, fazia todo mundo rir. Ele entrava em cena e as pessoas riam. No começo ele tinha muita resistência porque o personagem falava muito palavrão. O Jair é muito religioso. Mas quando chegava a hora de filmar, ele falava mais palavrão que o personagem. A gente tinha um projeto de fazer um filme sobre a vida dele. Ainda penso em fazer esse projeto."
RUBENS REWALD, diretor de "Super Nada" (2013), filme com Jair Rodrigues

"Jair foi um dos maiores mitos da música popular Brasileira. Foi muito importante para nós ter esse contato com ele. Prestamos uma homenagem ao seu talento ainda em vida, que não será esquecida por nenhum de nós."
ANIELA JORDAN, diretora da Aventura Entretenimento, produtora do musical "Elis, A musical"

"Eu o conheci pessoalmente há pouco mais de dois meses e sua vitalidade me deixou impressionado, assim como seu carisma e a espontaneidade de seus gestos. Não há como não amá-lo. Agradecerei eternamente a oportunidade de representá-lo no palco e de reviver um momento tão especial de sua carreira. Todo o amor do mundo para sua bela família, seus fãs e admiradores.Viva Jair!"
ÍCARO SILVA, ator que vive Jair no espetáculo "Elis, A musical"


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