Folha de S. Paulo


'Copa de Elite' faz paródia autorizada de sucessos brasileiros

No estilo de "Se Eu Fosse Você", Bruna Surfistinha, dona de um sex shop como aquele do "De Pernas pro Ar", troca de corpo com Capitão Nascimento, que é filho de Dona Hermínia de "Minha Mãe É uma Peça: o Filme".

A comédia "Copa de Elite", de Vitor Brandt, que estreia hoje, mistura paródias de filmes brasileiros e não poupa piadas com anões, argentinos ou o goleiro Bruno.

Mesmo com um elenco conhecido por não ter papas na língua —Marcos Veras e Júlia Rabello, do grupo Porta dos Fundos, e Rafinha Bastos—, a produção teve de pedir permissão às obras satirizadas.

Divulgação
Jorge Capitão (Marcos Veras), sua mãe (Alexandre Frota) e sua mulher, Bia Alpinistinha (Júlia Rabello)
Jorge Capitão (Marcos Veras), sua mãe (Alexandre Frota) e sua mulher, Bia Alpinistinha (Júlia Rabello)

"Foram autorizações informais a todos os filmes citados, por precaução. A legislação é dúbia em relação às paródias", diz a produtora Mayra Lucas. "A maioria achou bacana. Alguns não toparam e deixamos de fora."

Lucas não diz quais. Foi ela quem teve o insight para o mote de "Copa de Elite".

Editoria de Arte/Folhapress

Estreante na direção de longas, Brandt também escreveu o roteiro. "Fomos no óbvio: grandes bilheterias nacionais. Agora já temos muitos filmes conhecidos", diz

As referências para o gênero vêm todas de fora: "Todo Mundo em Pânico", de Keenen Ivory Wayans, que zomba de filmes de terror, e "S.O.S. –Tem um Louco Solto no Espaço", de Mel Brooks, que ironiza a saga "Star Wars".

Na trama, ambientada na Copa do Mundo, Veras faz um policial, com direito ao mesmo recurso das frases de efeito em "voice over" de "Tropa de Elite". Ele vira inimigo da nação após salvar um craque argentino de um sequestro.

Assim como Wagner Moura nos filmes de José Padilha, Veras foi treinado pelo BOPE (Batalhão de Operações Policiais Especiais) para aprender a empunhar uma arma.

Rabello faz seu par romântico e Rafinha Bastos encarna um canastrão. O filme tem participações da funkeira Anitta, de Thammy Miranda como um presidiário e de Bruno de Luca como ele mesmo.

"Não teve essa parada de destruir os outros filmes. É mais tributo ao cinema nacional do que avacalhação", diz Rafinha Bastos, que chegou a opinar no roteiro.

Ele diz que o fato de ser homenagem não deixa o longa mais leve. "A piada com o Kikito é ácida demais", afirma. Na cena, personagens desdenham do prêmio dado no Festival de Cinema de Gramado.

Acostumado a tirar sarro sem pedir licença nos vídeos do Porta dos Fundos, Marcos Veras diz não ver problema com paródias autorizadas.

"A internet é mais apta para esse tipo de humor. Mas um filme tem mais gente envolvida, mais dinheiro, uma carreira a cumprir. Se um quadro da internet der problema, o prejuízo é muito menor."

COPA DE ELITE
DIREÇÃO Vitor Brandt
PRODUÇÃO Brasil, 2014
ONDE Anália Franco UCI, Eldorado Cinemark e circuito
CLASSIFICAÇÃO 14 anos


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