A experiência de ver sua geração representada no seriado "Girls" foi tão impactante para Maria Flor que ela se perguntava: "Por que não fiz isso antes?". Mas agora é ela quem dirige e compõe a equipe de roteiristas de "Só Garotas", nova série em 13 episódios que estreia nesta quarta, às 21h30, no Multishow.
Primeira investida de Maria Flor, 30 anos, como diretora, a série é, nas palavras da própria, "assumidamente inspirada em 'Girls'".
Foi por causa dessa produção que a atriz, mais as amigas Catharina Wrede, 28, e Paula Gicovate, 28, passaram a ter reuniões semanais para escrever um projeto, que resultou numa série com a mesma premissa da similar americana: quatro jovens que moram num apartamento compartilham suas angústias, frustrações e alegrias.
"Claro que tem uma inspiração em 'Girls', mas 'Só Garotas' se parece muito mais com 'Friends'", diz Maria Flor, referindo-se, por exemplo, ao fato de o apartamento delas ser ponto de encontro de amigos —o que inclui garotos também.
| Juliana Coutinho/Divulgação |
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| A partir da esq., a diretora Maria Flor e as atrizes Flora Diegues (Clara), Vitória Frate (Fernanda), Liliana Castro (Olívia) e Julia Stockler (Mel), da Série 'Só Garotas', que começa a ser exibida pelo Multishow |
Os personagens masculinos aparecem logo no primeiro episódio de "Só Garotas". É por causa da briga com o namorado que a atriz Clara (Flora Diegues) vai fazer com que as amigas se unam para apoiá-la
O seriado traz também referências da série "Sex and The City", que por sua vez é a influência maior de "Girls".
Essas semelhanças podem ser notadas, por exemplo, nas características dos personagens. Um exemplo: Olívia (Liliana Castro), que em "Só Garotas" acaba de chegar da Itália, é viajada como a Jessa (Jemima Kirke) de "Girls".
Para a diretora, essas semelhanças não depõem contra seu trabalho. Até porque o quarteto de "Só Garotas" também incorpora características das roteiristas e de pessoas que elas conhecem.
LIBERDADE
Como diretora, Maria Flor conta que deu espaço para improvisações das atrizes.
Para Julia Stockler, que faz Mel, uma jornalista de moda aspirante a estilista, a diretora pediu que ela adotasse um jeito "mulher meio bicha"., como o de uma amiga sua.
Stockler fez sua própria leitura e deixou Mel afetada, com a mania de falar tudo com final "ica". "Ela fala 'amorica', 'vamos fazer uma pipoquica'. E depois, no set, todo mundo começou a falar como ela", ri Maria Flor.
Maria Flor também aproveitou para usar como referência na série algumas de suas influências, como a de Sofia Coppola.
De "Encontros e Desencontros" (2003) tentou reproduzir uma cena com Scarlett Johannson. "Tem um plano que vem subindo pela perna da Scarlet e você vê a bunda dela com uma calcinha rosa, até que você chega nela".
"Tentei copiar, mas claro que eu não consegui. Eu não tinha um trilho, coitada, eu era uma pessoa com uma câmera na mão, uma ideia na cabeça e nenhum dinheiro", ri.
EM CASA
Nesta primeira experiência como diretora, Maria Flor pôde se sentir em casa. "Meu pai é meu técnico de som, a minha mãe é minha produtora e trabalhei com o fotógrafo quando tinha 20 anos", diz Maria Flor.
Wrede e Gicovate já eram suas amigas há anos. Ao time das roteiristas, se juntou André Mielnik.
Com a série no ar, Maria Flor agora se prepara para um papel na novela "O Rebu", remake da trama de 1974 prevista para ir ao ar na Globo em julho.
A carreira de diretora é projeto de longo prazo para Maria Flor. "Tem cenas [de "Só Garotas"] que eu acho que fiz legal, outras eu acho horríveis, e tem coisas que eu sei que errei completamente, mas também não tinha pretensão de fazer uma coisa incrível", diz.
Maria Flor diz que está aprendendo, mas que quer mesmo ganhar outra temporada de "Só Garotas": "Sou louca para continuar, escreve isso aí bem grande", diz a atriz.
NA TV
Só Garotas
Estreia da série
QUANDO hoje (9/4), às 21h30, no Multishow
CLASSIFICAÇÃO não informada