Folha de S. Paulo


Johnny Marr toca Smiths e faz os fãs cantarem junto no Lollapalooza

Desbancado do horário nobre do Lollapaloosa, o veterano Johnny Marr, 50, teve de tocar debaixo do escaldante sol que castigava Interlagos no começo da tarde. O guitarrista, um dos criadores dos Smiths, não se intimidou com o calor e se apresentou vestido de cores escuras e com a camisa esticada até os pulsos.

Em pouco menos de uma hora de espetáculo, desfilou canções de diferentes fases de sua carreira, num show que já vem mostrando desde 2013, quando lançou o bom álbum "The Messenger". Marr não deu sinais de ainda sentir dor em uma das mãos, que quebrou há algumas semanas ao cair, enquanto corria, em Londres.

Havia um público expressivo para o horário, que dançou e cantou os temas mais batidos. Podia-se ver camisetas do Oasis e do Coldplay, bandas que declaram influência direta do guitarrista. O repertório solo deu mostras de quão variadas foram as colaborações de Marr depois do fim dos Smiths, em suas passagens e colaborações com artistas como Pretenders, Paul McCartney, The The, Eletronic e Modest Mouse. Caiu bem, também, o cover "I Fougth the Law" (The Crickets). "Eu tenho muitos amigos", disse, antes de emendar. "Essa é para os meus velhos amigos".

Introduziu, assim, "Bigmouth Strikes Again", uma das quatro dos Smiths que interpretou em sua apresentação. O público pulou e cantou junto. A primeira foi "Stop Me If You Think You've Heard This One Before", bem ao princípio. As outras duas fizeram parte do último bloco, que contou com a participação de Andy Rourke, legendário baixista dos Smiths.

Os dois emendaram "How Soon Is Now?", bem mais consistente do que a versão que Morrissey canta em seus shows solo, e "There Is a Light That Never Goes Out", que encerrou a sessão, justamente quando começou a soprar uma brisa. Quando Marr e turma deixaram o palco, a plateia já era mais numerosa, com a chegada massiva dos fãs do Vampire Weekend, que entraria na sequência.


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