Folha de S. Paulo


Crítica: 'Sociedade dos Poetas Mortos', na TV, faz público se sentir inteligente

Não há filme mais nocivo do que esses que fazem o espectador sentir-se inteligente pelo simples fato de vê-lo. Esse é o problema de "Sociedade dos Poetas Mortos" (TC Cult, 19h35), não os personagens.

Estes são um professor de literatura e seus alunos, que lutam com as armas da cultura contra a direção meio caquética de um colégio tradicional.

Sua divisa é "carpe diem" ou: aproveite o dia, o momento. Vem de Horácio, o que facilita as coisas do ponto de vista da autoridade, mas não ajuda na luta contra a direção reacionária do colégio.

Como não ficar ao lado do professor? E como não compreender sua batalha contra o obscurantismo pedagógico? Existe algo de tão incontestável nisso que esteriliza o filme. Nos descobrimos lúcidos e nos felicitamos por isso. Mas é só.

Divulgação
Cena do filme
Cena do filme "Sociedade dos Poetas Mortos", com Robin Willians (à esq.)

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