Folha de S. Paulo


Alexandre Herchcovitch faz releitura menos sensual de Marilyn Monroe

Em nova coleção, Alexandre Herchcovitch quer vestir uma mulher sóbria e segura, que está indo para algum lugar.

Embora o estilista afirme que a inspiração tenha partido de Marilyn Monroe, o que se via na passarela não era a sensualidade exacerbada da atriz e sim vestidos retos, ajustados só pelas costas com zíper, sem costura alguma e com várias pregas formando os drapeados. Casacos e terceiras peças bem trabalhados escondiam as formas justas das calças e saias, protegendo o corpo e fazendo um contraponto ao clima mais sensual proposto por grifes como a Tufi Duek.

"Esse foi o tema mais difícil que já me propus porque a simples menção do nome da Marilyn Monroe já traz essas referências do pink, do decote, que são códigos meio óbvios que eu tentei retrabalhar", conta o estilista.

Não há na coleção uma repetição de materiais, é como se a cada look o estilista tivesse usado tecidos completamente diferentes que vão de vestidos de linho com algodão e saias de sarja de lã até peças em gabardine albene e crepe, parkas de cetim duchese e casacos de zibeline de seda. A mistura de materiais cria um jogo de texturas interessante e que convida ao toque.

A maior parte dos looks contava com mais de uma bolsa. Algumas modelos carregavam uma bolsa em uma mão e uma sacola em outra, já outras traziam cadernos e livros nas mãos sugerindo que essa roupa foi feita para uma mulher mais cotidiana, que de fato está indo para algum lugar e tem sua bagagem para levar.


Endereço da página:

Links no texto: