Folha de S. Paulo


Prêmio de consolação para perdedores do Oscar inclui tratamento genital

Perder o Oscar nunca tinha sido tão bom. Que o digam os atores e diretores que sairão amanhã (dia 2) do Teatro Dolby de Hollywood sem uma estatueta dourada entre as mãos, mas com uma bolsa de presentes avaliada em US$ 85 mil (cerca de R$ 200 mil).

A companhia Distinctive Assets, especialista em marketing, criou uma bolsa de brindes, denominada Everyone Wins at the Oscars (Todos ganham no Oscar), que os perdedores nas categorias de melhor ator, atriz, ator coadjuvante, atriz coadjuvante e diretor receberão ao fim da cerimônia.

"Há 15 anos fazemos presentes para celebridades, portanto ter acesso a elas é nossa especialidade. Garantimos que os produtos cheguem às portas das estrelas. O acesso a estes nomes da primeira fila são uma das razões pelas quais nossos clientes nos pagam", disse Lash Fary, fundador da empresa, que não tem relação com a Academia de Hollywood.

De fato, a Academia entregava uma bolsa similar para apresentadores e artistas até 2007, quando a prática foi objeto de um forte escrutínio pelas autoridades americanas, já que as celebridades não pagavam os impostos desses artigos.

A única coisa que as marcas interessadas em fazer parte dessa cesta de presentes precisam fazer é pagar o preço de admissão, fixado em US$ 4 mil (R$ 9 mil).

"Todos os produtos são bem-vindos. Meu lema é: mais é mais", declarou Fary.

As bolsas, sempre que aceitas, são entregues aos publicitários e empresários dos artistas na segunda-feira de manhã, apenas algumas horas depois da premiação. Embora haja quem pense que os brindes são desnecessários para nomes desse porte, eles costumam aceitá-los, explicou Fary.

"Meryl Streep foi ao Monte Carlo Beach Hotel. Hugh Jackman, Jeremy Renner, Ron Howard e Frank Langella, ao luxuoso Winvian Hotel em Connecticut. Diane Keaton se beneficiou do pacote de férias no Ceasar Palace de Las Vegas e Marisa Tomei fez um safári pela África", contou.

"Robert Downey Jr. e Viola Davis tentaram várias vezes, mas não puderam por problemas de agenda", completou.

Esta edição tem a segunda bolsa de presentes mais cara criada pela Distinctive Assets. Há alguns anos ultrapassou a marca de US$ 100 mil (R$ 235 mil), graças ao safári pela África que sozinho custa US$ 40 mil (R$ 94 mil).

"O preço nunca é nossa meta. Simplesmente nos esforçamos em oferecer uma combinação divertida e eclética de artigos fabulosos", comentou Fary.

Entre os presentes disponíveis para esta edição, alguns deles mais do que íntimos, está o O-Shot (Orgasm Shot, injeções de orgasmos, em tradução livre).

É um tratamento avaliado em US$ 2,7 (R$ 6,3 mil) que "rejuvenesce e melhora o tecido genital das mulheres". O objetivo: aumentar a resposta sexual da vagina, a libido, acrescentar o conforto e atrasar a incontinência urinária.

Também chama a atenção uma operação de transplante capilar de última tecnologia, avaliada em US$ 16 mil (R$ 37 mil) e um tour a pé descobrindo as áreas mais insólitas do Japão, que passa dos US$ 15 mil (R$ 35 mil).

Há ainda um certificado para tratamentos de beleza e laser e um sistema de depuração para a água do lar.

Não faltam também viagens e estâncias em Havaí, Canadá e México, entre outros destinos, além de complementos como artigos de spa, tratamentos de acupuntura e aromaterapia, sessões de treinamento personalizado, preservativos e diversos chocolates, caso as estrelas queiram adoçar o dia após a derrota.


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