A atriz Grazi Massafera, 31, diz já ter aprontado muito para ficar bonita. Já foi um "semitravesti", como gosta de dizer, quando tirava metade da sobrancelha e pintava o resto de lápis. Já pintou o cabelo de "quase branco". Usou o ferro de passar como chapinha, muito cara para o seu bolso no passado, e amargou "cheiro de xixi" no cabelo em consequência de um permanente precário aos 12 anos.
Por isso tudo, ela diz que não teve dúvidas ao aceitar a proposta para substituir Luana Piovani na nova temporada do "Superbonita" (GNT), que estreia em 7 de abril.
"Estou procurando fazer o que me dá prazer", afirmou a atriz repetidamente em entrevista à Folha num hotel do Leblon, zona sul do Rio, antes de gravar um episódio a respeito de olheiras.
O nome de Grazi dominou a imprensa de celebridades nos últimos meses —após o fim de seu casamento com o ator Cauã Reymond, 33, pai de Sofia, 1 ano e 9 meses.
| Paula Giolito/Folhapress | ||
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| Grazi Massafera, no intervalo de gravação em hotel do Leblon, no Rio |
O tema foi tratado como "proibidão" na negociação da entrevista. A assessoria do programa recomendou por escrito que não fosse abordado "o assunto 'Cauã'" ou qualquer outro relacionado à vida pessoal da atriz, "como, por exemplo, o 'momento difícil' que vive".
Grazi não toca no "momento difícil", mas afirma que o interesse por sua vida pessoal não atrapalha a carreira.
"Quem me levou a essa profissão foi o público, né?", diz em referência à sua participação no "Big Brother Brasil 5", em 2005, que deixou a ex-miss Paraná famosa em todo o país e abriu as portas da Globo para tentar a carreira de atriz. Desde 2006, foram sete novelas na emissora.
O que ela diz sentir é uma "pitadinha a mais" do interesse do público, o que coloca na conta da intimidade fermentada ao longo dos três meses de reality show —do qual saiu em segundo lugar, atrás do hoje deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ).
"Comecei de uma maneira bem diferente, sendo conhecida por quem eu sou primeiro. Tenho uma empatia do público, e isso gera pedidos."
MUDANÇAS
Desde 2004, o ano em que tornou-se miss, "tudo mudou muito". "Mas o mais doido é chegar na casa da minha mãe e do meu pai e ver que não mudou nada", reflete.
Os pais e a filha, Sofia, são o único "assunto pessoal" do qual ela trata publicamente. "Sou funcionária, pode ser que [a TV Globo] me chame antes. Mas eu conversei e pedi um tempinho para ficar com ela", afirma a atriz, que quer ter mais dois filhos.
Para ela, 2014 é um ano de aprendizado e reciclagem: pretende ir à Espanha para um curso de interpretação e aos Estados Unidos para estudar inglês. "Inglês é muito chato, mas é necessário. Qualquer coisa é em inglês. Você quer ler algo no seu banheiro, é em inglês. Eu preciso ficar mais fluente."
Sem peças ou filmes no horizonte próximo, por enquanto, seus compromissos na TV são os 13 episódios do "Superbonita", em sua 14ª temporada, e uma possível participação em "A Grande Família".
Grazi desmente rumores de que estaria escalada para protagonizar a nova trama das 19h, de Filipe Miguez e Izabel de Oliveira ("Cheias de Charme"). "Não sei de nada."
TV E CINEMA
Grazi diz que não tem tempo para assistir a programas como o "BBB", mas que está por dentro do Discovery Kids.
Quando Sofia dorme, diz ela, gosta de assistir a novelas antigas. "Outro dia vi uma cena maravilhosa entre Glória Menezes e Cleyde Yáconis [em "Rainha da Sucata", 1990] que valeu por uma aula. Procurei voltar para assistir a tudo de novo", conta.
Mais que assistir à TV, a atriz gosta de ir ao cinema ou ver filmes no DVD em casa. Em tempos de Oscar, diz tentar ver o maior número de filmes possível para "entender o que está acontecendo". Já assistiu a "Trapaça", de David O. Russell, que achou "incrível, as mulheres arrebentando", e "Ninfomaníaca", de Lars von Trier.
No dia da entrevista, carregava no bolso o DVD da comédia "Poderosa Afrodite" (1995), de Woody Allen, que pretendia ver à noite.
A sinopse não tem a ver com a história de Grazi. O enredo do filme se concentra num homem que sai em busca da mãe biológica de seu filho adotivo, um prodígio, para encontrar uma prostituta de inteligência prejudicada.
Já a deusa grega que empresta o nome ao título do filme, quem sabe, pode ter pedido o corpo da atriz emprestado para uma encarnação contemporânea.
A jornalista ISABELLE MOREIRA LIMA viajou a convite do GNT