Folha de S. Paulo


Grifes patrocinam lançamentos de bandas brasileiras

O casamento entre moda e música se renova dentro e fora do Brasil, saindo dos guarda-roupas dos artistas para ganhar compactos e estúdios de gravação.

Se no Reino Unido a grife Burberry foi pioneira ao investir no lançamento de clipes on-line de britpop —estima-se que 60% do dinheiro de marketing da empresa seja investido na área digital—, aqui Cavalera e Evoke trilham caminho similar para impulsionar músicos brasileiros.

Em 2013, a marca de óculos escuros Evoke lançou o projeto House of Jam, que consiste num canal no YouTube que promove encontros de músicos para sessões gravadas ao vivo, nos moldes de como é feito no estúdio Abbey Road, em Londres.

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Cena do clipe de 'White Winter Hymnal', da banda Esperanza, financiado pela grife Cavalera
Cena do clipe de 'White Winter Hymnal', da banda Esperanza, financiado pela grife Cavalera

A banda norueguesa Bigbang, que toca em São Paulo no próximo domingo e já foi indicada a quatro Grammy, foi a primeira do projeto.

O grupo paulistano Cruz engrossa a lista da Evoke e, na próxima semana, o convidado é Lúcio Maia, guitarrista da Nação Zumbi.

"Desde que a marca foi criada, temos relação com os músicos. Já havia um estúdio para encontros casuais e agora o que fazemos é atrair bandas que dialoguem com nosso universo", diz Gustavo Martins, sócio da marca.

Ele adianta que o guitarrista do Sepultura, Andreas Kisser, também está nos planos da marca e irá fazer set especial com convidados.

Estratégia parecida é a que a Cavalera adota desde o ano passado, com a CavaRecords. Além de patrocinar vídeos de bandas como Esperanza (ex-Sabonetes) e Moxine, a etiqueta entrará como patrocinador do novo disco da banda gaúcha Cachorro Grande.

"Não há palco no Brasil e os músicos dependem cada vez mais de incentivo público. Do outro lado, a moda anda muito chata. O que quero é encontrar novas fórmulas que aproximem meu público do da música, que faz parte da essência da grife", diz Alberto Hiar, dono da Cavalera.

Exemplo da aproximação foi seu último desfile na São Paulo Fashion Week, em novembro passado. A apresentação serviu de pano de fundo para o clipe "Tropical Storm", da banda Moxine.

"É um novo tipo de mecenato. Você produz seu trabalho para rodar, o que é importante para um artista independente", diz Mônica Agena, ex-vocalista da banda Natiruts e vocalista do grupo.

Já a grife de sapatos Converse acaba de trazer para o Brasil o projeto Rubber Tracks, que patrocina a gravação de um EP de bandas em início de carreira.

Os produtores Aaron Bastinelli, que trabalhou com Marky Ramone e Bono, do U2, por exemplo, e Hector Castillo —produtor de álbuns de Björk, David Bowie e Roger Waters— assinam as faixas, gravadas em estúdios no Rio e em São Paulo.

Assista abaixo alguns exemplos de bandas financiadas:

Banda Cruz faz jam session no projeto House of Jam, da grife de óculos escuros Evoke

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Banda norueguesa Big Bang em jam session do projeto House of Jam, da grife de óculo Evoke

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A banda Esperanza (ex-Sabonetes) no primeiro vídeo do selo CavaRecords, da grife Cavalera

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A banda Moxine, com o apoio da Cavalera, lançou seu clipe "Tropical Storm", filmado em estúdio e no desfile da marca na São Paulo Fashion Week

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O músico Bruno Major em clipe para o projeto Burberry Acoustic, da grife inglesa Burberry, que é pioneira no investimento de marketing digital por meio da música

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