Folha de S. Paulo


Seis bailarinos à procura do amor dançam em espetáculo no Sesc

A diretora Elisa Ohtake desafiou cinco bailarinos de destaque na cena da dança contemporânea a provarem, com seus corpos, que estavam apaixonados.

A resposta ao desafio são as coreografias-performances apresentadas por Cristian Duarte, Eduardo Fukushima, Raul Rachou, Rodrigo Andreolli e Sheila Ribeiro e pela própria diretora no espetáculo "Tira Meu Fôlego", em cartaz no Sesc Pompeia.

Com trilha sonora "apelativa e violenta", segundo Ohtake, que inclui brega romântico, hits de baladas e clássicos da MPB, os bailarinos se jogam e se arrastam no chão, lambuzam o corpo com mel, chantilly e champanhe, passam ridículo e emocionam —como todo ser apaixonado.

Eduardo Knapp/Folhapress
O bailarino Rodrigo Andreolli ensaia no Sesc Pompeia, em São Paulo
O bailarino Rodrigo Andreolli ensaia no Sesc Pompeia, em São Paulo

Os clichês da paixão são transformados em dança por uma coreografia que revela as transformações físico-químicas que acontecem quando a gente se apaixona.

E também são usados como uma espécie de autoironia em relação à própria dança contemporânea, com sua tendência a se apoiar mais na elaboração mental do que na expressão de emoções íntimas, segundo a diretora.

Em sequência, cada um dos artistas dá a cara para bater: além de dançar, eles contam ao público como sofreram para dar conta da proposta.

Nesses fragmentos do discurso amoroso, expõem o processo de criação da coreografia. E pegam o público pelo fígado (e coração) quando mostram a dificuldade tão comum de expor sentimentos.

Ohtake quis provocar: "Queria desestabilizar esses bailarinos, quase constrangê-los. O que acontece quando eles são obrigados a expressar suas emoções mais íntimas à máxima potência?".

TIRA MEU FÔLEGO
QUANDO sex. e sáb., às 21h; dom., às 18h; até 23/2
ONDE Sesc Pompeia, r. Clélia, 93, tel. (11) 3871-7700
QUANTO R$ 20
CLASSIFICAÇÃO 12 anos


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