Na noite da quarta (6), a casa de leilões Sotheby's, em Londres, vendeu o quadro "Composition au Minotaure", de Pablo Picasso, pelo valor de 10,4 milhões de libras (cerca de R$ 40,8 milhões), o preço mais alto já alcançado por uma obra em papel do artista, conforme informa o jornal "El País".
A peça, uma aguada de 50,2 por 65,2 cm, pertencia a coleção do marchante Jan Krugier, e data de maio 1936, véspera da Guerra Civil na Espanha.
O preço inicial da obra era 1,8 milhão de libras (cerca de R$ 7,06 milhões) e a casa havia estimado um máximo de 2,5 milhões de libras (R$ 9,8 milhões) por ela.
O comprador não é conhecido.
O óleo sobre tela de Picasso vendido pelo preço mais alto em um leilão foi "Nu au plateau de sculpteur", de 1932, que arrecadou US$106,5 milhões (R$ 211,2 milhões na época), em um leilão em 2010, também na Sotheby's.
Andrew Cowie/AFP | ||
'Composition au Minotaure' (1936), de Picasso, em leilão da casa Sotheby's |
JARRAS
No mesmo dia, em outra casa de leilões, três jarras de cerâmica e terracota que o artista espanhol criou em 1950 foram vendidas por 1,48 milhão de libras (R$ 5,78 milhões) em um leilão de arte modernista e impressionista na casa Christie's, também em Londres.
A casa colocou à venda as três peças em lotes separados dentro de um leilão mais amplo, no qual também foi vendido o quadro "Jarra laranja e azul", pintado pelo espanhol em 1937, que foi arrematado por 482 mil libras (R$ 1,88 milhão)
A jarra de Picasso que foi leiloada é "Grand vase aux femmes voilés", uma peça de terracota pintada de branco, vermelho e preto, na qual o pintor desenhou mulheres cobertas com véus, que alcançou 662,5 mil libras (R$ 2,59 milhões).
Outra jarra de terracota, na qual o artista pintou dançarinas, foi vendida por 506,5 mil libras (R$ 1,98 milhão), enquanto uma jarra da coleção de pratos "Service Visage Noir", decoradas com cabeças de faunos sobre fundo preto, alcançou 314,5 mil libras (R$ 1,23 milhão).
Picasso criou estas jarras entre o final de 1950 e o começo de 1951 na Riviera Francesa francesa, onde, aos 64 anos, tinha descoberto sua paixão pelo cerâmica na casa Madoura em Vallauris.
Nessa oficina ao sul da França, o artista malaguenho explorou novas técnicas criativas e combinou a pintura, o desenho e a gravura com a escultura para criar peças decoradas com suas musas e com animais e criaturas míticas do mediterrâneo.
A joia do leilão de Christie's foi um quadro de Marc Chagall (1887-1985), que foi vendido por 662,5 mil libras (R$ 2,59 milhão).
Destacaram-se também obras como "Anêmonas em uma jarra verde" do francês Pierre-Auguste Renoir, que foi arrematado por 602,5 mil libras (R$ 2,36 milhões), "Rosas em uma jarra" de Henri Fantin-Latour (1836-1904), que alcançou 482,5 mil libras (US$ 1,89 milhão), e "Vista de Saint-Tropez", do francês Maximilien Luze (1858-1941), que alcançou 362,5 mil libras (R$ 1,42 milhão).
Neste leilão, a Christie's iria colocar à venda mais de 50 obras do artista catalão Joan Miró, propriedade de Estado português, mas a casa londrina anunciou de última hora que cancelava a venda por "incertezas legais criadas pela disputa em curso", que impediam "vender essas obras com segurança".
O governo português, por sua parte, afirmou que ainda irá vender os quadros.